Herbert Baldus (Martins 1970)
  • Martins, Luís. 1970. "Crônica". O Estado de São Paulo, 29-10-1970. Incluído como orelha em Baldus, Herbert, Ensaios de etnologia brasileira. São Paulo: Ed. Nacional.

HERBERT BALDUS


Nascido em Wiesbaden, Alemanha, em 1899, naturalizou-se brasileiro em 1941 e faleceu em 24 de outubro de 1970, em São Paulo. Doutorado cum laude em etnologia na Universidade de Berlim, fixou-se no Brasil. Dirigiu, em São Paulo, a secção de etnologia do Museu Paulista e regeu a cadeira de etnografia do Brasil na Escola de Sociologia e Política (1939-60) e na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro, SP. Dirigiu a Revista do Museu Paulista. Realizou várias pesquisas científicas e chefiou missões de pesquisa entre os indígenas do Paraguai e nos Estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e Pará. Entre 1949 e 1956 visitou tribos indígenas dos Estados Unidos e da América Latina. Sua produção, quer em alemão, quer em português, é abundante, destacando-se o Dicionário de etnologia e sociologia, em colaboração com Emílio Willems (São Paulo, Edit. Nacional, 1939) e a Bibliografia da etnologia brasileira, publicada por ocasião do IV Centenário de São Paulo, em 1954. Foi homenageado, por ocasião de seu sexagésimo quinto aniversário, com uma importante publicação in honorem: Beiträge zur Wolkerkunde Südamerikas (Hanover, 1964).

Devem-se-lhe também importantes contribuições no campo da arqueologia. Foi ele que estudou a fundo, pela primeira vez, as pinturas rupestres de Santana da Chapada. Em colaboração com Emílio Willems estudou igualmente a etnografia dos japoneses do vale da Ribeira do Iguape.

Tudo isso exigia esforço inaudito. Fez muitas viagens "em lombo de burro ou a pé por serras, chapadas e pantanais, vencendo rios em canoas frágeis, sem defesa contra o sol, a chuva, os insetos" (Maria Helena Contreiras de Figueiredo Steiner, "Uma vida de trabalho", Humboldt, n.o 23, 1971, p. 88).

Foram seus mestres em Berlim: Thurnwald, Preuss, Lehmann, Maier, Dessoir e Spranger. Recebeu a medalha Rondon, conferida pela Sociedade Brasileira de Geografia, a medalha Sílvio Romero, pelo govemo do Rio de Janeiro, e a comenda de Isabel, a Católica, do governo espanhol.

Reconhecia como irreversíveis as mudanças culturais das tribos remanescentes. Mas desejava que a integração dos índios se processasse com suavidade, "sem destruir o mosaico cultural que constitui a peculiaridade mais preciosa do país" (Luís Martins, "Crônica, O Estado de S. Paulo, 29-10-1970).

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