Harald Schultz 1909-1966 (Baldus 1966)
  • Baldus, Herbert. 1966. Harald Schultz 1909-1966. Revista do Museu Paulista, N. S., v. XVI, p. 7-20. São Paulo: Museu Paulista.
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HARALD SCHULTZ 1909-1966

por
HERBERT BALDUS


Os dois grandes da ação indigenista no Brasil, Rondon e Nimuendajú, tinham em comum um aluno. Primeiro veio o velho militar e lhe ensinou como viajar pelo sertão amando os índios. Pouco depois, em 1943, apareceu no Rio de Janeiro o outro insigne pacificador de selvícolas, cimentando com breve introdução à etnologia o entusiasmo despertado por Rondon. Assim, ambos os mestres, unidos pelo mesmo ideal de tratar bem o índio e conhecê-lo cada vez melhor, lançaram os fundamentos de uma vida dedicada inteiramente àquela nobre aspiração: a vida de Harald Schultz.

Dois anos depois de ter ouvido as aulas de Nimuendajú entrou Schultz, pela primeira vez, em minha casa. Bastante visíveis tinha, ainda, as cicatrizes dos graves ferimentos recebidos ao ter sido agredido por um índio criado entre os brancos. Seu livro Vinte e três índios resistem à civilização, conta a história dessa agressão.

Vi um homem de óculos, alto, loiro e modesto até a timidez. O andar era desajeitado, com o pescoço estendido para a frente, de modo que Schultz, acompanhando-me, no ano seguinte, numa visita aos Kaingang do Ivaí, recebeu dêstes finos observadores a alcunha "cágado", pedn.ní na língua deles.

Ao tempo daquele nosso primeiro encontro, Schultz, então com trinta-e-seis anos de idade — pois tinha nascido em 22 de fevereiro de 1909, na cidade de Pôrto Alegre — já era o que, mais tarde, devia levar até a perfeição: o estudioso da vida indígena, preenchendo os seus diários de viagem com descrições pormenorizadas; o hábil colecionador, satis-

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fazendo as exigências dos museus sem depauperar os produtores do material colhido; o artista tornando visiveis em foto e filme as sutilezas indizíveis das culturas alheias; e sempre e a cada hora o amigo incondicional dos índios, sofrendo por êles, com êles, e encontrando sua felicidade entre êles.

Era, nessa ocasião, funcionário do Serviço de Proteção aos Índios, tendo já visitado, nessa qualidade, diversas tribos de Mato Grosso. Com os Umutina do alto rio Paraguai tinha convivido longamente em 1943, regressando à aldeia dêles nos dois anos seguintes. Resultaram dêstes íntimos contactos uma das melhores fitas cinematográficas até então tiradas de tribo sul-americana, uma coleção de artefactos que hoje constitui motivo de orgulho para o Museu Paulista e importante monografia publicada na Revista da mesma instituição.

Convidado a assistir aos meus cursos de Etnologia Brasileira, Harald Schultz passou o ano de 1946 como aluno da Escola de Sociologia e Política de São Paulo, auxiliando-me também em pesquisas de campo. Esta colaboração continuou quando, em 4 de janeiro de 1947, foi nomeado Assistente de Etnologia do Museu Paulista, cargo que exerceu com dedicação e competência, até a sua morte ocorrida na capital de São Paulo a 8 de janeiro de 1966.

Visitamos juntos os habitantes dos Postos Indígenas do Estado de São Paulo e os Karajá do rio Araguaia. Depois, com a sua primeira estada entre os Krahó da qual resultou uma substanciosa colectânea de lendas, começa a grande série de expedições em que Schultz, só ou acompanhado de sua espôsa Vilma Chiara, reuniu apontamentos, peças etnográficas e arqueológicas, fotos e filmes, gravações de som, enfim, tudo o que podia elucidar as culturas indígenas. Trabalhou nas mais diversas partes do País, desde Goiás e a foz do Amazonas até as regiões fronteiriças com o Peru e a Bolívia.

A Secção de Etnologia do Museu Paulista deve suas mais importantes coleções ao esfôrço de Harald Schultz. Cooperou êle, também, para tornar a Revista do Museu Paulista um arquivo que será consultado enquanto se estudar índios do Brasil. Quem quer ver estes índios nas alegrias e tristezas de sua vida e nas suas manifestações culturais, veja Hombu, o livro de ressonância internacional em que o fotógrafo com o faro do etnógrafo e a sensibilidade do artista

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faz chegar-nos mais perto da compreensão desses povos estranhos do que muitos tratados eruditos conseguem fazer.

Caracterizando o seu papel na Etnologia, podemos dizer que Harald Schultz obedeceu ao imperativo de aumentar e aprofundar o nosso conhecimento de fatos. Com esta orientação empírica, foi um dos pesquisadores que mais contribuiram colhendo matéria prima para firmar os alicerces daquela disciplina científica.

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Publicações Etnográficas e Lingüísticas
de Harald Schultz


1949
  • Notas sôbre magia krahô. Sociologia XI, n. 4, São Paulo, pp. 450-463.
    • Trata dos médicos-feiticeiros e de diversos aspectos da magia dos Krahó visitados pelo autor em 1947.
  • A Criação dos Homens. Lenda dos índios Umutina. Revista do Arquivo Municipal CXXVIII, São Paulo, pp. 64-68.
    • Depois de algumas notas sôbre esses índios do alto Paraguai chamados "Barbados" pelos vizinhos neo-brasiieiros, o autor apresenta, acompanhado de alguns comentários, o texto português da lenda em que o pai primário da tribo cria os primeiros homens.

1950

  • Como as moléstias vieram ao mundo. Revista do Arquivo Municipal CXXXVI, São Paulo, pp. 97-99, 4 pranchas fora do texto.
    • Esta lenda, colhida e comentada pelo autor, constitui importante documento da cultura dos Umutina.
  • Eine Affenjagd bei den Umutina-Indianern. Separata de Serra-Post Kalender, Iju;i (Rio Grande do Sul), 12 pp., 4 figuras no texto.
    • Viva descrição da maneira dos Umutina caçarem macacos, acompanhada de referências a outros aspectos da cultura dêsses índios.

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  • Lendas dos índios Krahó. Revista do Museu Paulista, Nova Série, IV, São Paulo, pp. 49-164.
    • Após ligeiras notas sôbre êsses Gê da parte setentrional do Estado de Goiás, o presente trabalho reproduz os extensos textos de mitos no português sertanejo em que foram ditados. Cada texto é acompanhado de comentários e resumo feitos pelo autor. Além de seu alto valor mitológico, a obra representa verdadeira mina de dados etnográficos.

1952

  • Vocabulário dos índios Umutina. Journal de la Société des Américanistes, N.S., XLI, fasc. I, Paris, pp. 81-137. Bibliografia.
    • Vocabulário alfabético português-umutina (pp. 86-128), precedido por ligeiras notas sôbre aspectos culturais e seguido por textos de cantos com tradução interlinear. Alfred Métraux escreveu a apresentação (pp. 81-82).

1953

  • A pesca tradicional do pirarucu entre os índios Karajá. Revista do Museu Paulista, N.S., VII, São Paulo, pp. 249-255, 1 figura no texto.
    • O autor descreve a pesca daquele grande peixe de escamas por meio de uma rêde especial, processo esse que considera o tradicional entre os Karajá do rio Araguaia.

s.a. (1954)

  • Vinte e três índios resistem à civilização. Prefácio de Herbert Baldus. São Paulo, 80 pp. in-8.º, 44 figuras, 1 figura colorida e 1 mapa no texto.
    • Esta excelente obra de divulgação referente às viagens aos Umutina realizadas pelo autor em 1943, 1944 e 1945 contém preciosas informações sôbre o culto aos antepassados desses índios, seus processos de adquirir o sustento, sua mitologia e outros traços culturais.

1955

  • Vocábulos urukú e digüt. Journal de la Société des Américanistes, N.S., XLIV, Paris, pp. 81-97.
    • Pequeno vocabulário alfabético português-urukú-digüt colhido pelo autor entre as tribos destas línguas, que vivem na margem esquerda do rio Machado ou Gi-Paraná. Ligeiras notas sôbre êsses índios encontram-se às páginas 81-84.

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  • Informações sôbre os índios do alto rio Purus. Revista do Museu Paulista, N.S., IX, São Paulo, pp. 181-201, 4 pranchas fora do texto. (Em colaboração com Vilma Chiara).
    • Êste trabalho resume preciosos dados colhidos em duas viagens realizadas em 1950 e 1951 na parte da bacia do Purus, situada acima do rio Acre, em território brasileiro e peruano. Refere-se, principalmente, aos Tukurina, apresentando interessantes pormenores do estado de aculturação desta tribo. Informa, também, a respeito das seguintes tribos: Apurina, Jamamadi, Katiana, Kurina, Xaranáua, Marináua, Kaxináua, Mastanáua, Jamináua e Kustanáua.
    • O grande valor do presente artigo já se depreende do fato de a região em aprêço ter sido explorada por seringueiros, castanheiros e madeireiros, mas nao por etnógrafos, lendo-se acerca de seus indios: "… as citações no Handbook of South American Indians, volume III, páginas 660-664, do P. Tastevin, têm hoje apenas valor histórico. A maioria das tribos que o ilustre missionário indica já encontra-se extinta". (p. 182).

1956

  • Fischfang bei den Umutina Indianern. Staden-Jahrbuch IV,, São Paulo, pp. 255-269, 2 figuras em prancha fora do texto.
    • Boa descrição da tinguijada entre aqueles índios, acompanhada de três lendas relacionadas com a pesca.
  • Here come the Umutinas. Natural History, LXV, New York, pp. 20-27, 76-83 e 106, 25 figuras e 1 mapa no texto.
    • Narração das aventuras do autor, contendo dados interessantes acêrca dêsses índios.

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1959

  • Ligeiras notas sobre os Makú do Paraná Boá-Boá. Revista do Museu Paulista, N.S., XI, São Paulo, pp. 109-132, 4 figuras no texto, 6 pranchas fora do texto.
    • Em 1958 o autor passou duas semanas entre êsses índios da bacia do Japurá. Trata, especialmente, da aquisição do sustento, das businas e de outros aspectos da cultura material bem como do suicidio e enterro de uma índia. Acrescenta pequena lista de vocábulos makú (pp. 129-131).
  • Children of the Sun and Moon. The National Geographic Magazine, CXV, n. 3, Washington, pp. 340-363, 19 figuras (13 coloridas) e 1 mapa no texto. (Versao italiana, com modificações na ilustração, saiu em Atlante, III, n. 11, Novara 1962).
    • O texto e as fotografias dão em conjunto, boa idéia da vida dos Krahó. Destacam-se as referências à caça, corrida de toros, organização social, mitologia e ao luto.
  • Tukuna Maidens come of age. ibidem, CXVI, n. 5, Washington, pp. 628-649, 22 figuras (14 coloridas) e 1 mapa no texto.
    • Detalhada descrição das cerimônias da iniciação de duas moças púberes, que o autor presenciou entre aquêles índios do Solimões. Destacam-se as referências à reclusão, epilação, pintura e enfeites de penas, bem como as danças de máscaras, as trombetas, tambores e chocalhos.
  • Die Totenmatte der Umutina. Staden-Jahrbuch VII/ VIII, São Paulo, pp. 187-192, 2 pranchas fora do texto.
    • Reflexões em tôrno da esteira em que são envolvidos os mortos dêsses índios.

1960

  • Condenação e execução de médico-feiticeiro entre os índios Krahó. Revista do Museu Paulista, N.S., XII, São Paulo, pp. 185-197.
    • Depois de tratar da distinção, felta por êsses Gê, entre médicos-feiticeiros bons e maus, o autor reúne informações sôbre a execução a tiros de espingarda de um dos últimos, ocorrida em 1959 e aprovada pela coletividade.

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1961/62

  • Informações etnográficas sôbre os Umutina. Revista do Museu Paulista, N.S., XIII, São Paulo, pp. 75-313, 10 figuras e 1 mapa no texto, 97 pranchas fora do texto.
    • O autor coordena os resultados de suas pesquisas de campo com dados de outros autores a fim de tratar não só da história e cultura material dêsses índios, mas também do ciclo de vida do indivíduo, dos termos de parentesco, da divisão de trabalho e de aspectos religiosos. Valor especial, pelo minucioso da descrição, tem o capítulo sôbre o culto aos mortos, bem ilustrado por numerosas pranchas, aliás o mais volumoso da volumosa obra. Importante é também a coleção de lendas (pp. 225-258).
  • Informações etnográficas sôbre os índios Suyá, 1960. Ibidem, pp. 315-332, 4; figuras no texto, 14 pranchas fora do texto.
    • As observações que fez por ocasião de sua visita a essa tribo da região do alto Xingu, das quais se destacam as referentes ao botoque, à pesca e a fabricação de sal, o autor acrescenta uma lista de elementos culturais que lá encontrou.

1962

  • Hombu. Urwaldleben der brasilianischen Indianer. Stuttgart. iv, 35 pp. in formato gr., 1 mapa no texto, 127 figuras em pranchas fora do texto. Há edições em inglês e francês publicadas simultâneamente em Amsterdã, Rio de Janeiro, Nova Iorque e Paris.
    • A arte fotográfica se fundiu com a informação etnográfica para criar um lindo livro que encantará o grande público. Satisfaz, também, o estudioso de índios. Depois de breves notas introdutórias sôbre os Krahó, Javahé e Karajá, Makú-Guariba, Umutina, Kaxináua, Suyá, Urukú e Tukuna, o autor, descrevendo as fotos tiradas por êle, conta muitas coisas que viu entre aquelas tribos. Não somente conta bem, mas relata fatos cuja observação exata enriquece a ciência.
  • Brazil's Big-lipped Indians. National Geographic Magazine, CXXI, n. 1, Washington, pp. 118-133, 20 figuras e 1 mapa no texto.
    • Interessantes notas sôbre os Suyá visitados pelo autor em 1960. Destacam-se as referências à fabricação de botoques, à extração do sal de cinzas vegetais e à pesca.

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1963

  • Fra i Tucuna dell'Alta Amazzonia. Atlante, IV, n. 4, Novara, pp. 121-153, 53 figuras (31 coloridas) e 1 mapa no texto.
    • Nesta bem ilustrada descrição da cerimônia da iniciação da moça tukuna, o autor destaca os preparativos dando informes sôbre aspectos da cultura material como embarcações, habitação, preparo de alimentos, instrumentos de música e máscaras.
  • Gli indios maku, i piu sporchi dell' Amazzonia. ibidem, n. 41, Novara, pp. 561-587, 42 figuras (23 coloridas) e 1 mapa no texto.
    • Valioso complemento ao artigo sôbre os mesmos índios publicado por Schultz na Revista do Museu Paulista, N.S., XI.

1964

  • Indians of the Amazon Darkness. National Geographic Magazine, CXXV, n. 5, Washington, pp. 736-758, 28 figuras coloridas e 2 mapas no texto.
    • Trata da visita que, em 1962, o mestre da fotografia etnográfica fez aos Erigpagtsa ("Canoeiros") do alto Juruena. Destaca-se material sôbre aquisição do sustento, preparo de alimentos, fiação e flautas.
  • Umutina: Totenkulttänze. E 74/1962, Encyclopaedia Cinematographica, Göttingen, 14 pp., 3 figuras no texto. Bibliografia. — Krahó: Zubereitung eines grossen Maniokkuchens aus Anlass eines Festes. E 101/1962, ibidem, 11 pp., 2 figuras no texto. Bibliografia. — Krahó: Morgenzeremonie. E 114/1962, ibidem, 11 pp., 2 figuras no texto. Bibliografia. — Krahó: Brandrodung. E 115/1962, ibidem, 8 pp. Bibliografia. — Krahó: Ritueller Stafettenlauf mit Holzklötzen. E 116/1962, ibidem, 12 pp., 2 figuras no texto. Bibliografia. — Krahó: Spinnen eines Baumwollfadens. E 430/1962, ibidem, 9 pp., 1 figura no texto. Bibliografia. — Krahó: Flechten

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  • eines Tragkorbes. E 432/1962, ibidem, 8 pp., 1 figura no texto. Bibliografia. — Krahó: Flechten einer Kokrit-Maske. E 433/1962, ibidem, 11 pp., 1 figura no texto. Bibliografia. — Krahó: Herstellen eines Pfeiles. E 434/1962, ibidem, 9 pp. Bibliografia. — Krahó: Fischzug. E 435/1962, ibidem, 13 pp., 2 figuras no texto. Bibliografia. — Krahó: Krankenbehandlung. E 436/1962, ibidem, 10 pp., 1 figura no texto. Bibliografia. — Krahó: Jagdzug der beiden Zeremonialgruppen. E 437/1962, ibidem, 14 pp., 1 figura no texto. Bibliografia. — Krahó: Tanz der Kokrit-Masken. E 438/1962, ibidem, 9 pp., 1 figura no texto. Bibliografia. — Javahé: Flechten einer kleinen Matte mit fester Randleiste. E 439/1962, ibidem, 8 pp., 1 figura no texto. Bibliografia. — Javahé: Töpfem eines Kochgefässes. E 440/1962, ibidem, 11 pp., 4 figuras no texto. Bibliografia. — Javahé: Häkeln von Beinbinden. E 441/1962, ibidem, 9 pp., 1 figura no texto. Bibliografia. — Javahé: Aderlass durch Wundkratzen. E 442/1962, ibidem, 10 pp., 2 figuras no texto. Bibliografia. — Suyá: Bestellen eines Brandrodungsfeldes. E 444/ 1962, ibidem, 9 pp., 2 figuras no texto. Bibliografia. — Suyá: Fischfang durch Vergiften des Wassers. E 445/1962, ibidem, 10 pp., 2 figuras no texto. Bibliografia. — Suyá: Salzgewinnung aus Wasserpflanzen. E 446/1962, ibidem, 10 pp., 3 figuras no texto. Bibliografia. — Suyá: Schnitzen einer Lippenscheibe. E 447/1962, ibidem, 10 pp., 2 figuras no texto. Bibliografia. — Suyá: Herstellen eines Pfeiles. E 448/1962, ibidem, 11 pp., 2 figuras no texto. Bibliografia. — Karajá: Knüpfen eines Federkopfschmuckes (Lori-Lori). E 452/1962, ibidem, 9 pp.,. 1 figura no texto. Bibliografia — Karajá: Fischfang durch Vergiften des Wassers. E 453/1962, ibidem, 9 pp., 3 figuras no texto. Bibliografia. — Karajá: Fangen eines Arapaima gigas mit Grundnetz. E 454/1962, ibidem, 11 pp., 3 figuras no texto. Bibliografia. — Karajá: Knüpfen einer grossen Matte. E 455/1962, ibidem, 9 pp., 1 figura no texto. Bibliografia. — Schukaramai (Kayapó): Essen, Trinken und Rauchen eines Mannes mit Lippenscheibe. E 473/1962, ibidem, 7 pp., Bibliografia.
    • Comentários etnográficos a filmes feitos pelo autor, tratando os sôbre os Umutina de danças do culto aos mortos; os sôbre os Krahó do preparo dum beiju, duma cerimônia matinal, da roçada, da corrida de toros, da fiação, do trançar de um cesto de carga e de uma máscara, do fabrico de uma flecha, da pesca, do tratamento de doentes, da caça de ambos os grupos cerimoniais e de dança de máscaras; os sôbre os Javahé do trançar duma esteira, do fabrico duma panela de

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    • barro e duma joelheira de algodão feita a crochê, bem como da escarificação; os sôbre os Suiá do plantio de mandioca e milho, da tinguijada, da extração do sal de cinzas vegetais, do preparo e uso do botoque e do fabrico de uma flecha; os sôbre os Karajá do preparo de um enfeite de penas, da tinguijada, da pesca do pirarucu e do fabrico de uma esteira; os sôbre os Kaiapó da ação de comer, beber e fumar dum homem usando botoque.
  • Isto é a Amazônia. Prefácio de Rubens Rodrigues dos Santos. São Paulo, 15 pp., 114 figuras em pranchas fora do texto.
    • Álbum de fotografias tiradas pelo autor, muitas delas de índios do Brasil e as das figuras 20-22 de cerâmica marajoara conservada no Museu Paulista.

1965

  • Krahó: Weben eines Kindertraggurtes. E 431/1962, Encyclopaedia Cinematographica, Göttingen, 9 pp., 1 figura no texto. Bibliografia.
    • Comentários a um filme que mostra a tecelagem de uma faixa para carregar criança entre êsses Gê.
  • Un bimbo bianco fra gli indios Javahe. Atlante, n. 6, Novara, pp. 12-35, 38 figuras (17 coloridas) e 1 mapa no texto.
    • O presente artigo cujo título se refere ao filho do autor, é a descrição de uma visita feita por ambos aos Javahe. Apresenta interessantes dados sobre este subgrupo karajá.
    • Do mesmo assunto, mas com outras fotografias, trata Schultz em: Blue-eyed Indian: A city boy's sojourn with primitive tribesmen in central Brazil. National Geographic Magazine, CXX, n. 1, Washington 1961, pp. 64-89, 29 figuras coloridas e 1 mapa no texto.
  • Lendas waurá. Revista do Museu Paulista, N.S., XVI, São Paulo, pp. 21-150.
    • Mitos e contos narrados, em 1964, por velho Waurá a intérprete da mesma tribo que, em seguida, os ditou no português sertanejo aqui reproduzido. Os textos são acompanhados de resumos feitos pelo autor que também acrescentou um glossário. Abrem muitos caminhos para se penetrar nas particularidades da cultura desses Aruak xinguanos.

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1966

  • The Waura, Brazilian Indians of the hidden Xingu. National Geographic Magazine, CXXIX, n. 1, Washington, pp. 130-152, 27 figuras coloridas e 1 mapa no texto.
    • O canto do cisne do notável fotógrafo dos índios do Brasil. Tanto o texto como as ilustrações contêm material importante acêrca desta tribo tão citada e tão insuficientemente conhecida. Destacam-se os dados sôbre a bastante desenvolvida arte da pintura do corpo, o xamanismo e a pesca.

Harald Schultz resenhou publicações etnográficas na Revista do Museu Paulista, N.S., volumes VII, pp. 399-401; X, pp. 314-319; XI, pp. 284-285; XV, pp. 416-422. Publicou, além disso, numerosos artigos zoológicos em revistas especializadas.

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Pesquisas de campo de Harald Schultz
Como funcionário do Serviço de Proteção aos Índios:


1942: Terêna, Kadiuéu e Guarani (sul de Mato Grosso)
1943: Bakairi (Paranatinga) e Umutina (alto Paraguai)
1944: Umutina
1945: Umutina

Acompanhando como assistente de pesquisa o prof. Herbert
Baldus (Escola de Sociologia e Política de S. Paulo) :


1946: Kaingang (Ivaí, Estado do Paraná)
1947: Kaingang (Icatú, Estado de São Paulo), Terêna (Araribá, Estado de São Paulo) e Karajá (Araguaia, Estados de Goiás e Mato Grosso)

Como assistente de etnologia do Museu Paulista:


1947: Krahó (norte de Goiás)
1948: Karajá e Tapirapé (rio Tapirapé)
1949: Krahó. Escavações arqueológicas na ilha de Marajó
1950: Ipurinân, Kulína e Tukurína (alto Purus)
1951: Kaxináua (rio Curanja, alto PUrus, Peru)
1952: tribos do Guaporé, isto é, Moré (Bolívia) e Kanoé, Massaká e Makuráp (território brasileiro). Karajá e Tapirapé
1953: Digüt e Urukú (Gi-Paraná, afluente do Madeira)
1954: Escavações arqueológicas na bacia do Solimões (Manacapuru e paraná do Anamã) e na do baixo Amazonas (Santarém, Óbidos, Oriximiná e diversos lagos e paranás)
1955: Krahó. Escavações arqueológicas no baixo Amazonas (Itacoatiara e lago Arari)
1956: Tukuna (Solimões). Escavações no rio Urubu, afluente esquerdo do Amazonas.
1957: Escavações no Paraguá, afluente esquerdo do Guaporé, e em Tefé (Amazonas)
1958: Tukuna (Solimões) e Maku (Paraná Boá-Boá)
1959: Javaé (aldeia Jatobá, ilha do Banana!) e Krahó
1960: Karajá, Suyá (rio Suyá-Missu, alto Xingu) e Tukuna
1962: Erigpagtsá (alto Juruena)
1964: Waurá (rio Batoví)
1965: Krahó

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Coleções de Harald Schultz no Museu Paulista

Coleções etnográficas


Erigpagtsá 107 peças
Ipurinân 5 "
Javaé 29 "
Jurúna 22 "
Kadiuéu 9 "
Kajabí 18 "
Kalapálo 2 "
Kanamarí 2 "
Karajá 2.366 "
Kaxináua 741 "
Krahó 612 "
Kubén-kran-kegn 8 "
Kulína 86 "
Makú 18 "
Marináua 1 "
Massaká 12 "
Moré 145 "
Sararé 17 "
Suyá 74 "
Tukuna 1.012 "
Tukurína 221 "
Waurá 669 "

Coleções arqueológicas


Itacoatiara 572 peças
Lago Uatuman 36 "
Manacapuru 493 "
Manaus 29 "
Marajó 1.371 "
Rio Urubu 36 "
Santarém 137 "
Tefé 52 "
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