Disponível na Brasiliana Digital:
http://www.brasiliana.usp.br/bbd/handle/1918/00451800
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É a arvore sagrada do sertão. Sócia fiel das rápidas horas felizes e longos dias amargos dos vaqueiros. Representa o mais frizante exemplo de adaptação da flora sertaneja. Foi, talvez, de talhe mais alentado e alto — e veiu descahindo, pouco a pouco, numa intercadencia de estios flammivomos e invernos torrenciaes, modificando-se á feição do meio, desinvoluindo, até se preparar para a resistência e reagindo, por fim, desafiando as seccas duradouras, sustentando-se nas quadras miseráveis mercê da energia vital que economisa nas estações benéficas, das reservas guardadas em grande copia nas raizes.
E reparte-as com o homem. Se não existisse o umbuseiro aquelle tracto de sertão, tão estéril que nelle escasseiam os carnahubaes tão providencialmente espalhados nos que o convizinham até ao Ceará, estaria despovoado. O umbu é para o desventurado matuto que alli vive o mesmo que a mauritia, para os garaunos dos llanos.Alimenta-o e mitiga-lhe a sede. Abre-lhe o seio acariciador e amigo, onde os ramos recurvos e entrelaçados parecem de propósito feitos para a armação das redes bamboantes.
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E ao chegarem os tempos felizes dá-lhe os fructos de sabor exquisito para o preparo da umbusada tradicional. O gado, mesmo nos dias de abastança, cobiça o sumo acidulado das suas folhas. Realça-se-lhe, então, o porte, levantada, em recorte firme, a copa arredondada, num plano perfeito sobre o chão, á altura attingida pelos bois mais altos, feito plantas ornamentaes entregues á solicitude de practicos jardineiros. Assim decotadas semelham grandes callottas esphericas. Dominam a flora sertaneja nos tempos felizes, como os cereus melancólicos nos paroxysmos estivaes.