Bibliografia Crítica da Etnologia Brasileira, Volume III (Hartmann 1984)

A transcrição dos 1766 verbetes do terceiro volume da Bibliografia Crítica da Etnologia Brasileira foi concluída em outubro de 2018. O volume inclui, ainda, 68 acréscimos referentes ao vol. I e 48 acréscimos referentes ao vol. II.


WULFF, J. H.

  • Totenkult der Naturvölker des südlichen Südamerika. Hamburger Reihe zur Kultur- und Sprachwissenschaft, Band 3, Hamburg 1969. 425 páginas, 1 mapa e 1 tabela. Bibliografia.

Embora não se refira a tribos brasileiras, essa tese de doutoramento tem interesse na medida em que reune e sistematiza as informações sobre o assunto. Nesse sentido, serve como obra de referência para eventuais estudos do gênero a se realizarem no Brasil. A obra apresenta-se em quatro secções que, divididas em vários capítulos, examinam as causas da morte, as formas de dispor do cadáver, as expressões do luto, a crença no Além, entre tribos atuais e históricas da Argentina, Chile, Uruguai e Chaco.


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WÜST, Irmhild e SCHMITZ, Pedro Ignácio

  • Fase Jataí. Estudo preliminar. Anuário de Divulgação Científica, ano II, n. 2, Goiânia 1975, pp. 71-93, 1 quadro e 1 figura. Bibliografia.

Em julho de 1975 "foram estudados, além de cinco sítios cerâmicos abertos da Tradição Tupiguarani, 13 abrigos sob-rocha, dos quais seis evidenciaram presença de cerâmica" (p. 73) no município de Serranópolis, Goiás. Esse material é descrito como pertencente a uma tradição cerâmica ainda não identificada.


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WÜST, Irmhild

  • A cerâmica carajá de Aruanã. Anuário de Divulgação Científica, ano II, n. 2, Goiânia 1975, pp. 98-165, 1 gráfico, 9 figuras, 6 pranchas. Bibliografia.

Preocupada com as possibilidades de analogia etnográfica nos trabalhos de arqueologia, a autora descreve as técnicas ceramistas karajá e, em seguida, a cerâmica de um sítio arqueológico nas proximidades de Aruanã que, segundo os informantes índios, foi por eles habitado.


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XINGU DIA NOITE TERRA.

  • Catálogo de exposição. XIII Bienal de São Paulo, outubro/dezembro 1975. Coordenação de Maureen Bisilliat. 62 páginas, 1 mapa, 31 pranchas.

Belo catálogo de exposição montada com peças da coleção dos irmãos Villas Boas, ilustrado com as fotos de Bisilliat. Inclui textos dos sertanistas - uma versão modificada de um trabalho anterior (1973) - de Carmen Junqueira, Clarival Valadares e Raphael Bastos, este último escrevendo uma "Notícia sobre a música xinguana". O catálogo propriamente dito das peças encontra-se às páginas 61-62, observando-se um lapso na identificação das peças cerâmicas das pranchas 48 e 49 que não são Waurá e sim de origem Juruna.


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ZANATTA, Elaine Marques

  • Sem título. Cartilha etnomusicológica, n. 2, Campinas 1976, pp. 11-23, 8 desenhos de Paulo Nilson no texto. Bibliografia.

Segundo a introdução, trata-se de um "levantamento de algumas danças da cultura Xavante, suas estruturas, seqüências e os costumes envolventes" (p. 11). São descritas quatro danças, os desenhos ilustrando movimentos coreográficos.


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ZARUR, George

O trabalho focaliza principalmente o grupo tupi dos Aweti, junto aos quais o autor passou três temporadas, totalizando 6 meses de pesquisa de campo. Tem como objetivo "identificar, na forma de oposições lógicas, alguns dos elementos que organizam a estrutura social xinguana por sua operação em três sistemas: parentesco, ritual e economia" (p. 1). Os resultados são confusos, escritos em mau português a que se alia péssima impressão tipográfica. Mas há uma série de dados empíricos de valor sobre esse grupo indígena pouco conhecido dentro da área do Alto Xingu, particularmente os que se referem a rituais e feitiçaria.
Cfr. comentário crítico de Daniel Russel Gross em American Anthropologist, vol. 76, pp. 282-291, sob o título "Etnologia xinguana".


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ZARUR, George de Cerqueira Leite

  • A mulher nas sociedades indígenas brasileiras. Boletim Informativo Funai, ano I, n. 4, Brasília 1972, pp. 45-52, 5 figuras.

Ligeiras notas sobre o assunto, em nível de divulgação.


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ZARUR, George de Cerqueira Leite

  • Velocidad de cambio socioeconómico en una sociedad tribal. America Indigena, vol. XXXVII, n. 1, Mexico 1977, pp. 137-144, 1 diagrama, sumário em inglês. Bibliografia.

É muito difícil estudar conjuntamente, em 7 páginas, a diferença entre sociedades indígenas campesinas e sociedades indígenas tribais, a situação do Alto Xingu como exemplo de processo de integração gradual, os aspectos sócio-econômicos do culto karytu (flautas) e a velocidade de mudança dentro de programas de antropologia aplicada. Apesar disso, o autor tenta fazê-lo e, naturalmente, sem êxito.


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ZERRIES, Otto

  • Unbekannte Holzschnitzarbeit aus Brasilianisch-Guayana im Museum für Völkerkunde zu Mannheim. Actas y Memorias, XXXVI Congreso Internacional de Americanistas, España 1964, Sevilla 1966, vol. 3, pp. 189.

Resumo de um trabalho de interpretação iconográfica de dois pequenos almofarizes zoomorfos e um tubo duplo de aspiração em forma de pássaro, esculpidos em madeira, existentes no Museu de Etnologia de Mannheim na Alemanha e provenientes da Guiana Brasileira.


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ZERRIES, Otto

  • Beiträge zur kulturgeschichtlichen Beziehung der Südanden zum tropischen Waldland Südamerikas. Tribus, n. 17. Stuttgart 1968, pp. 129-142, 3 figuras, resumo em inglês. Bibliografia.

Depois de uma resenha dos numerosos paralelos etnográficos e arqueológicos entre os Andes meridionais e a floresta tropical da América do Sul, o autor examina com mais detalhes a ocorrência da parafernália de aspirar rapé nas duas áreas, particularmente no que diz respeito às bandejas de paricá zoomorfas de que se conhecem vários exemplares históricos, em especial entre os Mawé do baixo Tapajós e Madeira.


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ZERRIES, Otto

  • The South American Indians and their culture. Traduzido do alemão por F. H. Firth. In E.J. Fittkau, J. Illies, H. Klinge, G.H. Schwabe, H. Sioli (eds.), Biogeography and ecology in South America, vol. I. The Hague, W. Junk N.V. Publishers, 1968, pp. 329-388, 5 mapas, 12 pranchas, resumos em inglês e alemão. Bibliografia.

Panorama da história atual do sub-continente sul-americano, acompanhado de mapa da localização de sítios arqueológicos, de rotas de expansão do povoamento, de distribuição racial, lingüística e tribal, assim como de áreas culturais.


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ZERRIES, Otto

  • Entstehung oder Erwerb der Kulturpflanzen und Beginn des Bodenbaues im Mythos der Indianer Südamerikas. Paideuma 15, Wiesbaden 1969, pp. 64-124, 4 mapas fora do texto. Bibliografia.

Nesta homenagem ao 65. aniversário de Hermann Baumann, o autor procura submeter os mitos indígenas sul-americanos relativos à origem das plantas úteis cultivadas a uma análise fenomenológica e histórico-cultural. Reune assim material sobre a origem de tais plantas do corpo ou partes do corpo de um ser humano ou animal previamente assassinado, em geral do sexo feminino; a sua obtenção através do roubo prometéico ou de sua dádiva por seres celestiais; sua origem associada à árvore da vida, carregada de plantas cultivadas, e a determinados animais como seus possuidores originais. No final do artigo, os mapas indicam a distribuição geográfica dos vários motivos míticos.


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ZERRIES, Otto

  • Tierbank und Geistersitz in Südamerika. Ethnologische Zeitschrift, I, Zürich 1970, pp. 47-66, 23 figuras e 1 mapa. Bibliografia. - Bancos zoomorfos y asientos de los espiritus en la América del Sur. Suplemento Antropológico vol. 5, n. 1/2. Asunción 1970, pp. 289-314.

Recorrendo a numerosas fontes bibliográficas, o autor estuda as relações entre os banquinhos zoomorfos que ocorrem particularmente ao norte do rio Amazonas, no Alto Xingu e entre populações guarani, e as concepções religiosas das respectivas tribos.


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ZERRIES, Otto

Para comemorar o centésimo aniversário do grande pesquisador alemão, Zerries traça-lhe a biografia e o roteiro de suas viagens pelo Brasil.


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ZERRIES, Otto

  • Zeremonialstäbe des Medizinmannes mit figürlichen Darstellungen in Süd- und Zentralamerika. Festschrift zum 65. Geburtstag von Helmut Petri. Köln/Wien 1973, pp. 542-564, 13 figuras, 1 mapa. Bibliografia.

Discorre, à base de material encontrado nos acervos de museus, sobre o significado e a expansão de bastões cerimoniais esculpidos com formas humanas ou animais pertencentes à parafernália do médico feiticeiro de diversas tribos do baixo Amazonas, em particular dos Kaxúyana da área do rio Trombetas. Estuda também sua ocorrência entre grupo do noroeste amazônico (Desana, Tucano), os Kágaba, Chocó, Cuna do Panamá, Guaymí e outros da Costa Rica, Honduras, Equador e Peru.


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ZERRIES, Otto

  • Besessenheit und Geisterbesuch: parapsychologische Erscheinungen unter den Mahekodo-tedi, einer Yanoama-Gruppe am oberen Orinoco. Ethnologia Americana, Band 9, Heft 5, Düsseldorf 1973, pp. 449-452. - Também em Atti del XL Congresso Internazionale degli Americanisti, Roma-Genova 3-10 Settembre 1972, Genova 1974, vol. II, pp. 387-390.

Durante a expedição organizada pelo Instituto Frobenius da Universidade de Frankfurt-sobre-o-Meno para o estudo dos Waika da área do alto Orenoco em 1954/1955, o autor recebeu de dois missionários que há longo tempo mantém contato com esses índios, um relatório sobre um caso de possessão ocorrido com um índio de 15-16 anos. O índio tinha bons conhecimentos das representações míticas e religiosas de seu grupo de origem e também fora fortemente influenciado pelos missionários. Esse relatório é aqui apresentado e comentado.


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ZERRIES, Otto

  • Holzgeschnitzte Menschen leben. Ein Mythologem und seine kultischen Entsprechungen. Ein Beitrag zum Phänomen der anthropomorphen Holzschnitzerei im naturvölkischen Südamerika. Paideuma, Band XIX/XX, Wiesbaden 1973/74, pp. 365-443, 5 mapas, 11 pranchas fora do texto. Bibliografia.

Partindo do motivo mitológico da origem de seres humanos ou divinos a partir de árvores ou madeira, o autor levanta as fontes sobre esculturas antropomorfas em madeira na América do Sul e examina a sua associação com a esfera do culto. Refere-se aos seguintes grupos indígenas do Brasil: Ramkokamekra-Canela, Krahó, Apinayé, Xerente, Kayapó, setentrionais e meridionais, Botocudos, Kaingang, Bororo, tribos do Alto Xingu, Urubu-Kaapor, Tupinambá, Guarani, Parintintin, Munduruku, Xipaia, Curuaya, Manao, Baniwa, Tukuna, Paresi, Kaduveu.


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ZERRIES, Otto und SCHUSTER, Meinhard

  • Mahekodotedi. Monographie eines Dorfes der Waika-Indianer (Yanoama) am oberen Orinoco (Venezuela), mit einem Beitrag von Kurt Reinhard. München, Klaus Renner Verlag, 1974. xxviii + 443 páginas, 44 pranchas, 183 figuras, 2 mapas, 16 pranchas com notações musicais e tabelas. Bibliografia.

Resultados da expedição enviada pelo Instituto Frobenius da Universidade de Frankfurt-sobre-o-Meno em 1954/55 ao sudeste venezuelano. O material de campo já fora parcialmente apresentado em 1964 por Otto Zerries no livro Waika. Die kulturgeschichtliche Stellung der Waika Indianer des oberen Orinoco im Rahmen der Völkerkunde Südamerikas (BCEB 2828), tratando-se agora da monografia global sobre os Waika da aldeia Mahekodotedi. É obra que promete tornar-se um clássico da literatura yanomámi. Dentro do plano de redação dos autores nota-se a ausência de um capítulo dedicado à religião, como sóe haver nas obras de cunho monográfico. Mas a religião está presente em todos os ítens do desenvolvimento do livro, revelando a preocupação de retratar simultaneamente os aspectos materiais e não materiais de cada esfera cultural como uma unidade. Grande destaque é atribuído às relações intertribais dos Waiká e suas manifestações. Incluem-se também boas descrições da coleção etnográfica obtida em campo.


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ZERRIES, Otto

  • Zum Problem der Wirstschaftsform der Yanoama (Südamerika). Ethnologische Zeitschrift Zürich II, Zürich 1976, pp. 85-90. Bibliografia.

Em vista das contraditórias informações sobre a importância relativa da agricultura entre os Yanomámi, Zerries discute os materiais apresentados por Chagnon, Lizot, Cocco, Wilbert e Barandiaran a esse respeito e propõe uma diacronia para as diversas atividades de subsistência praticadas pelos sub-grupos dessa família lingüística. Na bibliografia incluida falta a indicação do artigo de Lizot (1971) que discorda das posições de Zerries a respeito do problema.


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ZERRIES, Otto e SCHUSTER, Meinhard

  • Los Shiriana (Yanoama) de la región del Cuntinama en el año 1955. Montalban n. 5, Caracas 1976, pp. 261-277, 1 mapa, 15 figuras.

Resumidas observações sobre a arquitetura, artesanato, agricultura, caça, preparo de alimentos e estimulantes, ciclo de vida, e crenças dos Xiriana das aldeias de Xaualauatedi e Kwaisitedi.


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