Bibliografia Crítica da Etnologia Brasileira, Volume II (Baldus 1968)

A transcrição dos 1049 verbetes contidos no segundo volume da Bibliografia Crítica da Etnologia Brasileira foi concluída em janeiro de 2019. O volume inclui, ainda, 58 acréscimos (novas edições, reimpressões, etc.) referentes a items incluídos no primeiro volume.


ZERRIES, Otto

  • Wild- und Buschgeister in Südamerika. Eine Untersuchung jägerzeitlicher Phänomene im Kulturbild südamerikanischer Indianer. Studien zur Kulturkunde, XI. Wiesbaden 1954. x, 401 pp. in-8°, 16 figuras no texto, 4 pranchas e 1 mapa fora do texto. Bibliografia.

Baseado em numerosa literatura, sôbre índios sul-americanos, o autor analisa os dados sôbre espíritos da caça e espíritos da mata, distinguindo entre êstes últimos os essencialmente ligados às plantas e os meramente silvícolas. Na parte dedicada aos espíritos da caça, trata do senhor dos animais, dos espíritos auxiliares do caçador, dos senhores das espécies animais, do ritual da caça e das almas dos animais. Na parte referente aos espíritos da mata, são êles estudados na sua relação com as plantas, nos seus característicos, nos conceitos a êles ligados bem como na sua significação histórico-cultural. O mérito da obra consiste em chamar a atenção para fenômenos ainda não sistemàticamente estudados na Etnologia Sul-Americana. A boa coordenação do variado material torna o livro um útil instrumento de trabalho para futuras pesquisas.

Cf. os comentários de Herbert Baldus na Revista do Museu Paulista, N. S., IX, São Paulo 1955, pp. 320-321, e de Egon Schaden na Revista de Antropologia, V, n. 1, São Paulo 1957, pp. 105-106.


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ZERRIES, Otto

  • Some Aspects of Waica Culture. Anais do XXXI Congresso Internacional de Americanistas (São Paulo 1954), I, São Paulo 1955, pp. 73-88, 6 mapas no texto. Bibliografia. — A versão espanhola apareceu sob o título «Los índios Guaika y su situación cultural» no Boletín Indigenista Venezolano, II, nos. 1-4 (1954), Caracas 1956, pp. 61-76, 5 mapas no texto, 1 mapa e 6 pranchas fora do texto. Bibliografia.

Baseando-se em suas observações feitas em 1954 entre os Waika, índios que habitam a região das cabeceiras do Orinoco e a parte adjacente do Brasil, o autor confirma a classificação dêles como «marginal tribe» (Julian H. Steward) (pp. 76-78), trata da base econômica de sua cultura (pp. 78-80), dos «traços ocidentais» desta (pp. 80-84), dos traços que ela tem em comum com outras tribos das Guianas (pp. 84-86) e de seus «traços primitivos» (pp. 86-88).


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ZERRIES, Otto

  • Das Lasha-Fest der Waika-lndianer. Die Umschau, 55. Jahrgang, 21. Heft, Frankfurt/Main 1955, pp. 662-665, 6 figuras e 1 mapa no texto, 1 figura colorida na capa do fascículo.

O autor descreve a grande festa anual dos Waika, assistida por êle em fevereiro de 1955, na qual se refletem importantes aspectos da cultura dêsses índios da região fronteiriça entre a Venezuela e o Brasil.


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ZERRIES, Otto

  • Zur Frage der ursprünglichen Wirtschaftsform der Waika-Indianer des oberen Orinoco (Venezuela). Wiener Völkerkundliche Mitteilungen, IV, N. 2, Wien 1956, pp. 148-156. Bibliografia. — Reproduzido com modificações e ilustrações sob o título Kultur im Übergang: Die Waika-Indianer des oberen Orinoko — Wildbeuter oder Pflanzer? em Die Umschau, Jahrgang LVIII, Heft 6, Frankfurt am Main 1958, pp. 177-180, 8 figuras no texto. Bibliografia.

Estudando em que medida os Waika poderiam ser classificados como captores ou como lavradores, o autor trata da coleta de vegetais silvestres, da caça, pesca e do cultivo de plantas úteis, chegando à conclusão de que a introdução dêste cultivo é «relativamente» recente, tendo «talvez só poucas gerações» («vielleicht nur wenige Generationen alt») (p. 154).


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ZERRIES, Otto

  • Die Vorstellungen der Waika-Indianer des oberen Orinoko (Venezuela) über die menschliche Seele. Proceedings of the Thirty-second International Congress of Americanists (Copenhagen 1956), Copenhagen 1958, pp. 105-113. Bibliografia.

O autor trata dos diversos conceitos da alma humana, que encontrou, na Venezuela, entre êsses índios dos quais há também grupos na Guiana Brasileira. Atenção especial merecem a alma do defunto e o alter-ego animal.


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ZERRIES, Otto

  • Schöpfung und Urzeit im Denken der Waika-Indianer des oberen Orinoko (Venezuela). Proceedings of the Thirty-second International Congress of Americanists (Copenhagen 1956), Copenhagen 1958, pp.280-288. Bibliografia.

O autor apresenta e comenta os dados sôbre a gênese, os cataclismos e a transformação de homens em animais, que colheu em 1954 e 1955, entre os Waika da Venezuela. Diversos outros grupos dêsses índios vivem também no Território do Rio Branco.


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ZERRIES, Otto

  • Einige völkerkundliche Notizen über die Puinave-Indianer. Miscellanea Paul Rivet octogenario dicata, II, México 1958, pp. 583-598, 11 figuras e 1 mapa no texto. Bibliografia.

Ligeiras notas sôbre os Puináve imigrados na região de S. Fernando de Atabapo e visitados pelo autor, em 1954, nesta parte superior da bacia do Orinoco, Venezuela. Rivet e Tastevin (B. C. 1330) demonstraram o parentesco lingüístico do puináve com o makú, propondo reuni-los num mesmo grupo.


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ZERRIES, Otto

  • Beiträge zur Anthropologie der Waika- und Schiriana-Indianer im Grenzgebiet zwischen Venezuela und Brasilien. Zeitschrift für Morphologie und Anthropologie, L, Stuttgart 1959, pp. 31-41, 5 pranchas e 1 mapa fora do texto. Bibliografia.

Estas contribuições para a Antropologia-Física dos Waika e Xirianá da região fronteiriça entre a Venezuela e o Brasil reunem dados tirados da literatura e observações feitas pelo autor no alto Orinoco e Padamo.


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ZERRIES, Otto

  • El endocanibalismo en la América del Sur. Revista do Museu Paulista, N. S., XII, São Paulo 1960, pp. 125-175, 1 mapa no texto, resumos em inglês e alemão. Bibliografia. — No ano de 1964 saiu em alemão, com alguns acréscimos, como capítulo XI da monografia Waika (B. C. 2828), pp. 213-236.

Baseado em numerosa literatura e nas suas próprias observações entre os Waika, o autor estuda as formas e a distribuição geográfica do costume da ingestão das cinzas de mortos misturadas em bebida. Conclui estar seu ponto de gravidade e, provàvelmente, sua origem no oeste sul-americano, na «camada mais antiga dos lavradores da região das selvas tropicais».

A presente monografia é fundamental para o estudo do assunto.


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ZERRIES, Otto

  • Indianer vom Amazonas. Kunst und Handwerk der Indianer des tropischen Südamerika. Gegenstände aus Amazonien, Guayana, Ostbrasilien und dem Gran Chaco. München 1960. 160 pp. in-8°, 33 figuras, 1 mapa e 32 pranchas no texto. — Extrato vertido para o português sob o título «Índios da Amazônia, a sua arte e os seus trabalhos manuais» saiu em Humboldt, Revista para o Mundo Luso-Brasileiro, ano I, n. 2, Hamburgo 1961, pp. 63-72, 14 figuras no texto.

De uma exposição de material sul-americano do Museu Etnografico de Munich, êste catálogo magnificamente apresentado, e cuja elaboração científica se deve ao autor, informa a respeito de numerosas peças provenientes do Brasil. Destacam-se entre elas as colhidas por Spix e Martius (cf. B. C. 405).


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ZERRIES, Otto

  • Die Religionen der Naturvolker Südamerikas und Westindiens. Die Religionen des Alten Amerika (Religionen der Menschheit, VII), Stuttgart 1961, pp. 269-384, 1 mapa no texto. Bibliografia. — A versão francesa do volume apareceu em Paris, 1962, sob o título Les religions amérindiennes.

Esta excelente sinopse das religiões dos índios sul-americanos não andinos é dividida em seis capÍtulos, tratando o primeiro, principalmente, do «Alto Deus» (pp. 273-302); o segundo, dos espíritos da caça e do ritual venatório (pp. 302-326); o terceiro, das divindades da vegetação e dos ritos de fertilidade, da caça de cabeças e do canibalismo (pp. 326-343); o quarto, dos conceitos da alma, dos espíritos dos mortos e do culto aos antepassados (pp. 343-351); o quinto, da representação de sêres sobrenaturais por meio de ídolos, máscaras e instrumentos musicais sagrados (pp. 352-368); o sexto, do xamã como intermediário entre o aquém e o além (pp. 369-376).

A bibliografia (pp. 377-384), embora extensa, omite trabalhos dignos de nota, por exemplo o «Ensaio etno-sociológico sôbre a mitologia heróica de algumas tribos indígenas do Brasil» (B. C. 1431) e «Aspectos fundamentais da cultura guaraní» (B. C. 2607) de Egon Schaden e «Xamanismo tapirapé» (B. C. 1733) de Charles Wagley.

Com abreviações e ligeiras modificações o primeiro capítulo foi traduzido ao português por Egon Schaden sob o título: A representação de um Ser Supremo entre os povos primitivos da América do Sul, Revista de Antropologia, XII, São Paulo 1964, pp. 35-49. Bibliografia.


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ZERRIES, Otto

  • Die Tanzmasken der Tukuna- und Juri-Taboca-Indianer der Sammlung Spix und Martius im Staatlichen Museum für Völkerkunde zu München aus dem Jahre 1820 und ihre Bedeutung im Lichte neuer ethnologischer Forschung. Paideuma, VII, Heft 7, Wiesbaden 1961, pp. 362-376, 17 figuras em pranchas fora do texto. Bibliografia.

O autor descreve as máscaras tukuna e juri do Museu Etnológico de Munich e estuda a sua significação. As dos Tukuna foram coletadas por Spix, em Tabatinga, no ano de 1820 (p. 362), e as dos Juri foram adquiridas, aparentemente, por Martius, no mesmo ano, numa aldeia dêstes índios situada no rio Japurá (p. 363). Segundo o autor, as máscaras confeccionadas, atualmente, pelos Tukuna não alcançam, «nem de longe» o nível artístico d'outrora (p. 362). Quem viu as máscaras tukuna do Museu Paulista, coletadas em 1958 por Harald Schultz, não concordará com esta assertiva, embora haja diferenças de material e estilo entre ambas as épocas.

Interessante digressão trata do costume de arrancar o cabelo entre os Tukuna, Mundurukú e Tupari (pp. 364-365).


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ZERRIES, Otto

Descrição duma clava de madeira, atribuída aos há séculos extintos «Otschukayana» ou «Tarairiu» do nordeste brasileiro, e que pertence ao acervo do Museu Etnológico de Munich.


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ZERRIES, Otto

  • Die volkerkundliche Forschungssituation in Südost-Venezuela. Akten des 34. Internationalen Amerikanistenkongresses (Wien 1960), Wien 1962, pp. 75-89, 1 mapa fora do texto. Bibliografia. — Saiu também no Bulletin of the International Committee on Urgent Anthropological and Ethnological Research, V, Vienna 1962, pp. 97-111, 1 mapa fora do texto. Bibliografia.

A fim de indicar as tarefas etnográficas mais urgentes no sudeste da Venezuela, o autor dá uma sinopse do que foi feito pelos diversos pesquisadores entre os Waika e Xiriana, considerando também as partes dessas tribos que vivem em território brasileiro.


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ZERRIES, Otto

  • Der Zeremonialstab der Erlanger Sammlung aus Brasilien im Staatlichen Museum für Völkerkunde in München. Akten des 34. Internationalen Amerikanistenkongresses (Wien 1960), Wien 1962, pp. 613-620, 1 figura no texto. Bibliografia.

Estudando uma peça não classificada do material brasileiro do Museu Etnográfico de Munich, o autor admite ser bastão cerimonial
de xamã dos Karaíb da foz do Trombetas ou do Tapajós, isto é, dos Arikena ou Warikyana (p. 618).


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ZERRIES, Otto

  • Die Vorstellung vom Zweiten Ich und die Rolle der Harpye in der Kultur der Naturvölker Südamerikas. Anthropos, LVII, fasc. 3-6, Freiburg in der Schweiz 1962, pp. 889-914, 6 figuras no texto. Bibliografia.

Neste estudo sôbre o motivo mítico do «segundo eu» (alter ego) e o papel da harpia em culturas indígenas sul-americanas, há referências a numerosas tribos do Brasil.


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ZERRIES, Otto

  • Wildbeuter und Jägertum in Südamerika — ein Überblick. Paideuma, VIII, Heft 2, Wiesbaden 1962, pp. 98-114, 6 mapas no texto. Bibliografia.

Depois de discutir o conceito de «marginal tribes» usado no Handbook of South American Indians (B. C. 1698), o autor investiga quais as tribos sul-americanas e, especialmente, brasileiras que possam ser consideradas como captores («Wildbeuter»; cf. êste têrmo criado por R. Thurnwald em Baldus e Willems: Dicionário de Etnologia e Sociologia, B. C. 137, p. 41). Frisa, então, o problema da transição entre elementos culturais de caçadores e lavradores que, como sugerem recentes pesquisas pré-históricas, já na América pré-colombiana não só coexistiram, mas também formaram, muitas vêzes, culturas unitárias (p. 101). Estuda, por fim, determinados aspectos da religião e mitologia de captores sul-americanos, mostrando a distribuição geográfica dêsses traços culturais.


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ZERRIES, Otto

  • Eine seltene Keule der Woyawai (Guayana) im Museo Pigorini zu Rom. Tribus, XI, Stuttgart 1962, pp.139-141, 1 figura no texto. Bibliografia.

Estuda peça do Museu Pigorini descrita como «clava di jacarandá a forma di pagaia, con due faccie doppie stilizzate all'impugnatura
e un principio di ornato inciso sulla lama» e atribuída aos «Woyowai, alto Essequibo, Guiana inglese» (p. 139). O autor (p. 140) chama a atenção para o fato (já mencionado na B. C., I, p. 814) de ser essa designação tribal sinônimo de «Waiwai».


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ZERRIES, Otto

Sintetiza os dados da literatura sôbre a divisão em metades tribais entre índios brasileiros, coordenando-os num quadro e fazendo comentários de ordem «histórico-cultural».


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ZERRIES, Otto

  • Zwei geschnitzte Bogen des frühen 19. Jahrhunderts aus dem nördlichen Amazonasgebiet in den Museen von München und Kopenhagen. Baessler-Archiv, N. F., XII (1964), Berlin 1964, pp. 239-243, 4 figuras no texto. Bibliografia.

Atribui dois antigos arcos com ornamentos esculpidos a índios karaíb da região do rio Trombetas.


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