A transcrição dos 1785 verbetes do primeiro volume da Bibliografia Crítica da Etnologia Brasileira foi concluída em julho de 2018.
BALDUS, Herbert
- A alimentação dos índios do Brasil. Sociologia, XII, n. 1, São Paulo 1950, pp.44-58 (com resumo em inglês).
Sugestões para o estudo dos víveres vegetais e animais dos índios do Brasil, bem como numerosos outros problemas ligados à sua alimentação e hábitos de comer.
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BALDUS, Herbert
- Bebidas e narcóticos dos índios do Brasil. Sociologia, XII, n. 2, São Paulo 1950, pp.161-169.
Sugestões para pesquisas etnográficas.
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BALDUS, Herbert
- Kanaschiwuä und der Erwerb des Lichtes. Beitrag zur Mythologie der Karajá-Indianer. Beiträge zur Gesellungsund Völkerwissenschaft. Festschrift zum achtzigsten, Geburtstag von Professor Richard Thurnwald. Berlin 1950, pp.20-35. Bibliografia.
Apresenta, primeiramente, o material sôbre o herói-mítico dos Karajá e a aquisição da luz, colhido pelo autor e por outros viajantes. Compara depois êsses dados, fazendo comentários a respeito. Termina fundindo o essencial das diversas versões numa só.
A versão portuguêsa, inserta sob o título "Kanaxívue" na revista Cultura, IV, Rio de Janeiro 1951, pp. 39-50, é um complemento indispensável ao que o autor publicou, acêrca dos assuntos em aprêço, nos seus Ensaios de Etnologia Brasileira, pp.190-205.
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BALDUS, Herbert
- Lendas dos índios Tereno. Revista do Museu Paulista, Nova Série, IV, São Paulo 1950, pp.217-232, 1 prancha fora do texto. Resumos em inglês e alemão. Bibliografia.
A primeira parte do presente trabalho trata do número dos índios Tereno; de seu contacto com os brancos; do parentesco de sua cultura com as culturas do Chaco, apesar de os Tereno possuírem importantes traços em comum com componentes da família lingüística Aruak, à qual pertencem; das publicações sôbre essa tribo do sul-matogrossense; dos Tereno localizados no Posto Indígena Curt Nimuendajú, situado no Estado de São Paulo; dos informantes e da maneira de obter o mmaterial mitológioc contido na segunda parte. Êstes textos, colhidos pelo autor em 1947, são produzidos com as particularidades do português sertanejo usado pelo intérprete. Destacam-se, entre êles, o do mito de uma espécie "heróis-gêmeos" e o da origem do fumo, do cadáver duma mulher antropófaga. A terceira parte consiste em dados de mitologia comparada e outros comentários.
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BALDUS, Herbert
- É belicoso o Xavante? Revista do Arquivo Municipal, CXLII, São Paulo 1951, pp.125-129.
O autor enumera tribos do Brasil que, a seu ver, poderiam ser chamadas de belicosas, isto é, "índios que saem de seu território para invadir o de outros a fim de trazer prisioneiros e prisioneiras, conquistar troféus ou saquear". Procura mostrar que, aceitando esta definição do adjetivo em aprêço, os índios que vivem a oeste do Araguaia, entre o Rio das Mortes e o Tapirapé, não podem ser designados como como belicosos.
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BALDUS, Herbert
- Entre índios norte-americanos. Anhembi, I, n.2, S. Paulo 1951, pp.224-241. Apareceu também sob o título "Um indigenista do Brasil no sudoeste norte-americano", precedido por um sumário em inglês, na revista América Indígena, XI, n. 1, México 1951, pp.37-54.
O autor dessas impressões de viagem, em 1949, como hóspede do U. S. Indian Service, visitou os seguintes "Pueblos": Santa Ana, Jemez, Isleta, San Juan, Nambe, San Ildefonso e Zuni, tendo estado também entre os Navaho. Procura, em algumas de suas observações, fazer comparações com tribos do Brasil. Chega à conclusão de que os Pueblo e Navaho aceitam e digerem, na sua cultura, a educação em escolas primárias e secundárias, revistas ilustradas, rádio e automóvel, conservando melhor, ao mesmo tempo, as tradições dos antepassados, do que os Kaingang, Tereno e outras tribos brasileiras tuteladas pelo Serviço de Proteção aos Índios. Mostra ainda semelhanças entre esta repartição pública federal e sua congênere nos Estados Unidos.
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BALDUS, Herbert
- Max Schmidt 1874-1950. Revista do Museu Paulista, N.S., V, São Paulo 1951, pp.253-260, 1 prancha no texto. Bibliografia. — Reproduzido no Boletín Bibliográfico de Antropología Americana, XIII, parte I, México 1951, pp. 309-311. — Versão alemã na Zeitschrift für Ethnologie, LXXVI, Heft 2, Braunschweig 1951, pp.301-305. Bibliografia.
Êste necrológio trata da vida e da obra do etnólogo que pode ser caracterizado pela frase seguinte: "…enquanto se estudar índios no Brasil, o nome de Max Schmidt será lembrado como o do esclarecedor de importantes problemas ergológicos, econômicos e jurídicos, e fonte indispensável para o conhecimento de várias tribos mato-grossenses." (p. 257).
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BALDUS, Herbert
- O problema da atração do indígena brasileiro ao contato com o branco. Revista do Arquivo Municipal, CXLII, São Paulo 1951, pp.133-136. — Transcrito da "Folha da Manhã", São Paulo, 19 de 6 de 1949.
Entrevista em que o etnólogo dá sua opinião sôbre êsse problema.
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BALDUS, Herbert
- Tonscherbenfunde in Nordparaná. Archiv für Völkerkunde, VI/VII, Wien 1951/52, pp.1-19, 1 mapa e 2 figuras no texto, 6 pranchas fora do texto. Bibliografia. — Trabalho lido no XXIX Congresso Internacional de Americanistas, Nova York 1949.
Descreve cacos de cerâmica índia encontrados pelo autor, em dezembro de 1944, em diferentes lugares da parte meridional da bacia do Paranapanema. Compara-os com outros, descobertos no Paraguai, no nordeste argentino e no sul do Brasil. Estuda a distribuição geográfica do chamado schraffierter Dreiecksstreifen, isto é, "faixa esgrafiada de triângulos", ornamento comum na cerâmica dos antigos Guarani.
O texto alemão do presente trabalho é acompanhado dum resumo em língua portuguêsa (pp.17-19).
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BALDUS, Herbert
- Breve notícia sôbre os Mbyá-Guarani de Guarita. Revista do Museu Paulista, Nova Série, VI, São Paulo 1952, pp. 479-488, 2 pranchas fora do texto. Bibliografia. (Resumo em inglês).
Trata de alguns artefatos (cêsto, flautas, cachimbo e colar) e de dados mitológicos colhidos pelo autor, em 1952, no Pôsto Indígena de Guarita, noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, a fim de identificar os Guarani ali estabelecidos como Mbyá, isto é, parte de uma tribo estudada no território argentino de Misiones por Juan B. Ambrosetti e no Paraguai oriental, principalmente pelo padre Franz Müller e por León Cadogan.
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BALDUS, Herbert
- Caracterização da cultura tapirapé. Indian Tribes of Aboriginal America. Selected Papers of the XXIXth International Congress of Americanists. Edited by Sol Tax. Chicago 1952, pp.311-313.
Estudo comparativo de aspectos etnográficos, a fim de investigar o parentesco da cultura tapirapé com outras.
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BALDUS, Herbert
- Terminologia de parentesco kaingang. Sociologia, XIV, n. 1, S. Paulo 1952, pp.76-79.
Baseia-se em dados colhidos pelo autor durante os anos 1933, 1946, 1947 e 1952 em várias Reservas Indígenas. Os têrmos reproduzidos estão, primeiro, coordenados de acôrdo com a metade tribal a que ego pertence ou não, e depois comparados com a nomenclatura aweikoma publicada por Jules Henry.
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BANDEIRA, Alipio
- A cruz indígena. Porto Alegre 1926. 131 pp. in-8º.
Consiste de pequenos artigos, ditados por veemente compaixão, que descrevem as diversas formas de sofrimento físico e psíquico causado pelo branco ao índio do Brasil. Há interessantes dados históricos nas referências aos Torá, Mura, Parintintin, Kaingang, Oti e numerosas outras tribos.
Acêrca das páginas concernentes aos Oti (pp.100 e segs) observa Curt Nimuendajú (The Šerente), p.3, nota 1): "…contains a poor translation of my article 'Das Ende des Oti-Stammes' (Deutsche Zeitung, São Paulo, 1910)".
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BANDEIRA, Alipio
- Jauapery. Manáos 1926. 64 pp. in-4º, 1 mapa.
Descreve os numerosos encontros hostis e os raros encontros pacíficos que os índios dêste afluente do rio Negro tiveram com os brancos ate 1922. Acrescenta uns poucos dados etnográficos, um pequeno vocabulário alfabético português-uaimiri (pp.50-57) e algumas frases desta língua karaíb (pp.57-64). Acêrca do vocabulário observa: "O presente vocabulário é o mesmo que me forneceu há anos a Inspetoria do Serviço de Proteção aos Índios no Amazonas. Ignoro si êle foi organizado pelos funcionários dessa repartição ou si é cópia de uma antigo trabalho pertencente à família Horta, de Moura, e feito com o auxílio de um índio outrora aprisionado no Jauaperi e que naquela vila amazonense aprendeu sofrìvelmente a língua portuguêsa. Dou-o como me veio às mãos, tendo-lhe feito apenas algumas pequenas alterações resultantes das práticas que tive com os índios e nas quais me utilizei justamente… dos conhecimentos que da língua deles possuiam os habitantes de Moura. Observo que êle combina essencialmente com o vocabulário de Jorge Hübner, do qual apenas difere, como é natural, na grafia das palavras e no apanhado de alguns sons, ao passo que diverge quasi que por inteiro do de Barbosa Rodrigues que, segundo Koch-Grünberg, será o Crichaná, língua conhecida do intérprete do naturalista e dos índios do Jauaperi, mas não a língua destes." (p. 49).
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BANDEIRA ANHANGUERA
- Na Serra do Roncador. Revista do Arquivo Municipal XLIX, São Paulo 1938, pp.191-200. - Transcrito d' "O Estado de S. Paulo", 17 e 22 de julho de 1938.
Êste relatório contém dados acêrca dos "Chavantes" do rio das Mortes, baseados nas observações feitas em 1937 pelos componentes da expedição paulista chamada "Bandeira Anhanguéra".
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BANDEIRA, Joaquim José Pinto
- Noticia da descoberta do Campo de Palmas, na co-marca de Coritiba, provincia de S. Paulo, de sua povoação, e de alguns successos que ali tem tido logar até o presente mez de Dezembro de 1850. Revista trimensal do Instituto Historico e Geographico do Brasil, XIV (1851), segunda edição, Rio de Janeiro 1879, pp.385-396. (Diverge, em parte, do original publicado na Revista do Círculo de estudos "Bandeirantes", I, nº 4, Curitiba 1937, pp.320-331).
Contém dados para a história dos Kaingang do ocidente paranaense (primeira metade do século XIX).
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BANNER, Horace
- A casa-dos-homens górotire. Revista do Museu Paulista, Nova Série, VI, São Paulo 1952, pp.455-459.
Estas observações, feitas entre os Górotire do rio Fresco, por um missionário inglês que não só passou longos anos com esta subtribo kaiapó da bacia do Xingú, como também fala perfeitamente a sua língua, constituem, apesar de revelar, sob certo aspecto, etnocentrismo, um verdadeiro petisco para a Etnologia Brasileira. Descrevendo importante instituição social, o autor faz impressionantes revelações sôbre a mentalidade incutida pelo padrão de comportamento tribal de índios guerreiros.
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BAPTISTA, Benjamin e ROQUETTE-PINTO, E.
- Contribution à l'anatomie comparée des races humaines: Dissection d'une indienne du Brésil. Archivos do Museu Nacional, XXVI, Rio de Janeiro 1926, pp.7-25, 31 figuras no texto e em pranchas.
Trata-se de u'a mulher da tribo Katiana (ou Manéténéri) rio Iaco no Território do Acre.
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BARATA, Francisco José Rodrigues
- Diario da viagem que fez à colonia hollandesa de Surinam o porta-bandeira da setima companhia do regimento da cidade do Pará, pelos sertões e rios d'este Estado, em diligencia do real serviço. Revista trimensal de Historia e Geographia ou Jornal do Instituto Historico e Geographico Brasileiro VIII (1846), segunda edição, Rio de Janeiro 1867, pp.1-53, 157-204.
Diário do ano de 1798, contendo referências aos Uapixana (Vapidiana), Makuxi e Karipuna.
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BARATA, Frederico
- A arte oleira dos Tapajó. I - Considerações sobre a cerâmica e dois tipos de vasos característicos. Instituto de Antropologia e Etnologia do Pará, Publicação n. 2, Belém 1950. 47 pp. in-4º, 29 figuras no texto.
Neste importante estudo arqueológico, os vasos de Santarém são divididos em dois tipos denominados "de cariátides" e "de gargalo".
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