A transcrição dos 1785 verbetes do primeiro volume da Bibliografia Crítica da Etnologia Brasileira foi concluída em julho de 2018.
WHIFFEN, Thomas
- The North-West Amazons. Notes of some months spent among Cannibal Tribes. London 1915. xvii, 319 pp. in 8.°, apêndices, índice alfabético, 9 figuras no texto, 54 pranchas e 5 mapas fora do texto Bibliografia.
O autor passou alguns meses dos anos de 1908 e 1909 nas regiões situadas entre os rios Iça e Apaporis, recolhendo numerosos dados sôbre a cultura material e espiritual dos Witoto, Boro, Muenane, Karahone, Andoke, Nonuya, Okaina, Resigero e Minimehe. Apesar de habitarem territórios colombianos e peruanos, êsses índios, por certos traços culturais, não deixam de ter parentesco com tribos da zona adjacente do Brasil.
Sôbre os Witoto e Boro, tribos que Wiffen estudou principalmente, escreveram mais tarde Konrad Theodor Preuss: Religion und Mythologie der Uitoto, 2 tomos, Gõttingen 1921/1923, e Aug. Jimenez Seminario: Bemerkungen über den Stamm der Bora oder Meamuyna am Putumayo, Amazonas. Zeitschrift für Ethnologie LVI, Berlin 1924, pp.83-93.
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WIED-NEUWIED, Maximilian Prinz zu [1782-1867]
- Reise nach Brasilien in den Jahren 1815 bis 1817. 2 volumes in-folio, Frankfurt a. M., I: 1820, xxxiv, 380 pp.; II: 1821, xviii, 345 pp.; 3 mapas, 22 gravuras. ― Há várias edições alemãs, uma francesa, uma italiana e uma inglêsa, contendo esta última (London 1820) somente o primeiro tomo do original. A edição brasileira saiu em 1940, sob o título "Viagem ao Brasil", tradução de Edgard Sussekind de Mendonça e Flavio Poppe de Figueiredo, refundida e anotada por Olivério Pinto: Brasiliana, grande formato, I, São Paulo, 511 pp. in-8.º grande, com as vinhetas e estampas do original, 2 mapas, 1 retrato do autor e mais 2 pranchas reproduzindo retratos existentes no castelo de Neuwied que representam o príncipe e o Botocudo que o acompanhou à Alemanha. ― Uma edição especial das gravuras foi publicada em 1938, pelo Departamento de Cultura em São Paulo.
O autor percorreu o litoral brasileiro e partes da hinterlândia desde o Rio de Janeiro até a Bahia. Sua descrição dos Botocudos é uma das mais importantes das numerosas informações sôbre êsses índios feitas por etnógrafos e leigos. Se bem que tratasse principalmente da ergologia, revela o príncipe, em geral, tal compreensão de outros fenômenos culturais que, mesmo em nossos dias, é alcançada por poucos. Um Botocudo acompanhou o autor no seu regresso à Alemanha, contribuindo consideràvelmentc para a organização do vocabulário de sua língua e do estudo gramatical sôbre a mesma, feita por Goetling, dois trabalhos publicados em apêndice da presente obra.
Além disso o livro de Wied contém alguns dados sôbre os Coroados e Koropó da missão de São Fidélis no rio Paraíba e sôbre os Puri, Patachó, Maxakari e Kamakan, como também vocabulários maxakari, patachó, malali, makoni, menien e mongoió.
Cf. o ensaio bio-bibliográfico de Herbert Baldus: "Maximiliano Príncipe de Wied-Neuwied", Revista do Arquivo Municipal LXXIV, São Paulo 1941, pp.283-291.
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WIENER, Carlos
- Estudos sobre os sambaquis do sul do Brazil. Archivos do Museu Nacional, I, Rio de Janeiro 1876, pp.1-20, 2 pranchas fora do texto.
Referindo-se a sambaquis de Santa Catarina, trata de sua situação topográfica, forma, dimensão, composição, disposição interna e dos artefatos nêles achados. A respeito da origem distingue três espécies de sambaquis, isto é, "1.° Sambaquis naturaes. 2.° Sambaquis, produtos da indolencia humana que não removia para longe os restos das refeições; é a estes que denominamos: sambaquis de origem simultaneamente artificial e fortuita. 3.° Sambaquis, obra da paciencia do homem, que, durante um largo espaço de tempo, tinha em vista um fim definido, isto é, sambaquis artificiaes, verdadeiros monumentos archeologicos." (p. 15).
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WIESE, Kurt
- Na região dos botocudos. Algumas horas em contacto com os bugres de Santa Catharina. Diario da Noite, anno II, n. 502, S. Paulo, 2 de agosto de 1926, pp. 1 e 3, 7 figuras no texto.
Interessantes notas do excelente desenhista sôbre sua visita a êsses índios, também chamados Aweikoma e Xokleng.
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WILLEMS, Emilio [1905-]
- Posição social e educação dos imaturos entre povos naturais. Ensaio de Sociologia Educacional. Revista do Arquivo Municipal XLIX, São Paulo 1938, pp.5-34.
É um trabalho pioneiro. Considera informações sôbre povos de diversas partes do mundo e, entre elas, também dados concernentes aos índios do Brasil. Divide-se nos seguintes capítulos: "1 ― O papel da educação na totalidade cultural. 2 ― A vida e a posição social dos imaturos. 3 ― Traços gerais da educação entre povos naturais. 4 ― Traços especiais da educação entre povos naturais. 5 ― Educação e assimilação de povos naturais."
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WILLEMS, Emílio
- Alguns estudos recentes de Antropologia Física. Boletim Bibliográfico, VI, São Paulo 1945, pp.23-45.
Entre as publicações comentadas no presente artigo há algumas referentes aos índios do Brasil.
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WILLEMS, Emílio
- Contribuição para o estudo antropométrico dos índios Tereno. Revista do Museu Paulista, N. S., I, São Paulo 1947, pp.129-152, 16 quadros no texto.
Esta importante contribuição para a Antropologia-Física Brasileira trata dos seguintes problemas: 1) Análise e interpretação de medidas e índices; 2) Estudo da variação de medidas e índices a fim de verificar o grau de homogeneidade dos Tereno, em confronto com outros grupos; 3) Comparação com outros Aruak a fim de investigar a possível existência de afinidades biológicas; 4) Comparação com tribos indígenas do Chaco, região que os Tereno habitaram durante longo tempo.
Cf. o comentário de Felipe Montemayor no Boletín Bibliográfico de Antropología Americana, XI, México 1949, pp.335-336.
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WILLEMS, Emílio e SCHADEN, Egon
- On Sambaqui Skulls. Revista do Museu Paulista, N. S., V, São Paulo 1951, pp.141-181, sumário em português (pp.179-181), 12 tabelas fora do texto. Bibliografia.
Depois de interessantes observações sôbre diversos problemas ligados ao estudo dos sambaquis brasileiros, das quais se destacam as relativas aos artefatos encontrados nessas concheiras, os autores estudam crânios de sambaquis do litoral sul, comparando-os, ainda, com crânios de outros índios sul-americanos.
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WILLEMS, Emílio
- Caboclo Cultures of Southern Brazil. Acculturation in the Americas. Proceedings and Selected Papers of the XXIXth International Congress of Americanists edited by Sol Tax. Chicago 1952; pp.231-243.
Estuda influências índias sôbre culturas caboclas do Brasil meridional, apresentando, por exemplo, uma série de semelhanças entre o apatchiru tapirapé e o mutirão (muxirão).
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WILLIAMS, James
- The Arawak Indians and their language. Proceedings of the Twentyfirst International Congress of Americanists, first part held at The Hague, 1924. The Hague 1924, pp. 355-370.
Bibliografia importante para o estudo dos Arawak ou Aruak, família lingüística de vasta difusão no Brasil.
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WILLIAMS, James
- Grammar Notes and Vocabulary of the Language of the Makuchi Indians of Guiana. Anthropos Linguistische Bibliothek, VIII. St. Gabriel-Mödling bei Wien 1932. 413. pp.
Essa tribo karaíb vive na fronteira do Brasil com a Guiana Inglêsa.
Cf. o comentário de Truman Michelson no American Anthropologist XXXVI, 1934, p. 300.
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WILLIAMS, James
- The Aborigines of British Guiana and their Land. Anthropos, XXXI, St. Gabriel-Mödling bei Wien 1936, pp. 417-432.
Partes de algumas tribos da Guiana Inglêsa vivem também no Brasil.
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WIRTH, Mauro [1899-]
- A mitologia dos Vapidiana do Brasil. Sociologia V, n. 3, São Paulo 1943, pp.257-268.
Resumo de motivos míticos dêsses índios aruak da Guiana, também chamados Vapixana e Uapixana.
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WIRTH, Mauro
- Lendas dos índios Vapidiana. Revista do Museu Paulista, Nova Série, IV, São Paulo 1950, pp.165-216.
Versão portuguêsa de textos colhidos pelo autor na língua dêsses Aruak do Território do Rio Branco, contendo, além de numerosos contos de animais, importantes mitos e algumas histórias com significativos indícios de aculturação.
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YAPUGUAI, Nicolas
- Tábua dos graus de parentesco em guarani. Revista e anotada por Carlos Drumond. Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Boletim 123. Etnografia e Lingua Tupi-Guarani n. 20. São Paulo 1951. 26 pp.
Esta nomenclatura de parentesco foi impressa pela primeira vez em 1724, na "Explicacion de el Catechismo en lengua guarani", do mesmo autor.
O anotador acrescenta à presente reedição uma lista de obras tupinológicas que tratam do mesmo assunto (pp.7-9).
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YDE, Jens
- The regional distribution of South American blowgun types. Journal de la Société des Américanistes, N. S., XXXVII, Paris 1948, pp.275-317, 6 mapas no texto. Bibliografia.
Monografia fundamental sôbre a distribuição geográfica dos diversos tipos de sarabatana na América do Sul. Supõe o autor ter sido essa arma do noroeste inventada na Colômbia (p. 312).
Cf. os comentários publicados por L. Boglár sob o título "Some more data on the spreading of the blowgun in South America" (Acta Ethnographica Academiae Scientiarum Hungaricae, I, fasc. 1-4, Budapest 1950, pp.121-137, 1 mapa fora do texto. Bibliografia).
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YOUNG, Ernesto Guilherme
- Historia de Iguape. Revista do Instituto Historico e Geographico de S. Paulo IX (1904), São Paulo 1905, pp. 108-326.
Nesta coleção de documentos há alguns com referência a índios daquele município do litoral paulista. O documento n.º 29, datado de 1841, e o documento n.º 30, datado de 1853, tratam de índios do vale do Itariri.
O documento n.º 20 (pp.124-130), datado de 1611, intitula-se "Trelado da Copia de hua Ley del Rey nosso Senhor sobre a liberdade dos Gentios da terra."
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ZAPATER, Horacio
- D'Orbigny y la clasificación del aborigen sudamericano. Anales del Instituto Etnico Nacional II, s.l. (Buenos Aires) 1949, pp.111-130, 3 mapas no texto.
Trata ligeiramente de algumas tentativas de estabelecer diversas "raças" de índios sul-americanos, com mapas mostrando os dados a respeito elaborados por D'Orbigny, "el primer gran sistematizador de los aborígenes de la América delSur" (p. 116), por Imbelloni e por Canals Frau.
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ZELLER, R. [1869-]
- Beiträge zur Ethnographie der Cainguás, Lenguas und Tobas in Paraguay. Jahrbuch des bernischen historischen Museums X, Bern 1930 (1931), pp.103-117.
Hordas kainguá (kaiuá) encontram-se também em território brasileiro.
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ZERRIES, Otto [1914-]
- Das Schwirrholz. Untersuchung über die Verbreitung und Bedeutung der Schwirren im Kult. Stuttgart 1942. ix, 242 pp. in-8.º, 12 figuras e 12 mapas no texto, 17 pranchas fora do texto. Bibliografia.
Nesta monografia sôbre a distribuição geográfica do zunidor e sua significação no culto há referências a tribos do Brasil.
Cf. o comentário de E. A. Worms no Anthropos, XLVI, Freiburg in der Schweiz 1951, pp.1018-1020.
Na Revista do Museu Paulista, Nova Série, VII, São Paulo 1953, pp. 275-310, o autor publicou, com acréscimos e modificações, a versão inglesa da parte referente à América do Sul do presente livro sob o título "The Bull-roarer among South American Indians".
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