A transcrição dos 1785 verbetes do primeiro volume da Bibliografia Crítica da Etnologia Brasileira foi concluída em julho de 2018.
ANONIMO
- Navegação do Capitão Pedro Alvares Cabral, escripta por hum piloto portuguez. Colleção de noticias para a Historia e Geografia das Nações Ultramarinas, que vivem nos Dominios Portuguezes, ou lhes são visinhas. II. Lisboa 1812. Essa re-tradução para português da versão italiana de Ramuzio: Navigationi et Viaggi, Veneza 1550, foi reproduzida na História da Colonização Portuguesa no Brasil, II, Porto 1923, pp. 113-117. - A primeira edição italiana saiu em 1507, na coleção de Montalboddo: Paesi nuovamente retrouati.
Refere-se aos encontros dos portuguêses com os índios no Brasil havidos em 1500 e descritos por Vaz de Caminha. Apesar de não ser tão minuciosa como a célebre carta do escrivão da frota de Cabral, a relação do piloto anônimo contém alguns dados etnográficos de valor.
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ANONIMO (Lisboa, João Francisco)
- Jornal de Timon, I: Maranhão 1852, 324 pp.; II: Maranhão 1853, 528 pp.; III: Maranhão 1858, xi, 415, iii pp.; in-4.º
O segundo volume contém muito material acêrca dos índios do Brasil, tirado de autores antigos.
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ANONIMO
- Descobrimento de Minas-Geraes. Revista trimensal do Instituto Historico, Geogrphifico e Ethnographico do Brasil, XXIX, parte primeira, Rio de Janeiro 1866, pp.5-114.
Contém referências à distribuição geográfica, aos costumes dos índios da capitania de Minas Gerais (pp.18-20), ao tratamento que os brancos deram e, que, na opinião do autor, deviam dar a essas tribos (pp.106-108).
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ANONIMO ("A Redacção")
- O chefe indio Quoniambebe. Revista trimensal de Historia e Geographia ou Jornal do Instituto Historico e Geographico Brasileiro XIII (1850), segunda edição, Rio de Janeiro 1872, p. 517.
Sob êsse título e subscrito "A Redacção", lemos o seguinte: "Não é por sentimentos de admiração por um chefe bárbaro da raça que havia invadido êste território antes que a êles chegassem, com a civilização e cristianismo, nossos pais, nem para render culto a um bruto e vingativo sacerdote da antropofagia americana, que nos propusemos a fazer aparecer em todo o seu relêvo o chefe índio de cujo retrato tomado por Thevet (quando aqui esteve no Rio em 1557 com Villegangnon) damos na estampa um fac-símile, tão exato quanto possível: - é por amor da verdade histórica; é para que admirem os que admirar quizerem (não nós) êsse cabecilha, que por anos foi o terror e o senhor despótico de todo o território e da costa e mar que corre desta baía até Santos. Filósofos admiradores da selvageria! Vêde-vos nesse espelho: dizei se vos lisongeáveis de ser governados por um homem-fera, que se gabava, por proeza, de ter tragado um sem número de seus semelhantes, avaliados em dez mil por Thevet, que lhe chama le plus redoute diable de todo o país. Há sim na guerra um ponto de contacto entre a civilização e a barbaria; mas o homem civilizado reconhece na mesma guerra um recurso último, a última ratio regum, proveniente ainda da insuficiência do direito humano; e o bárbaro guerrea e faz mal só para obedecer a instintos brutais, que êle mesmo não sabe explicar, nem definir. Por agora porém não façamos juizos preventivos acêrca dêsse gentio célebre que ocupará um papel importante na nossa história, quando ela se escreva."
É impressionante que a redação da revista científica mais representativa do Brasil daquela época, revista essa na qual até então, isto é, até 1850, já tinham sido dadas a lume obras importantíssimas para a Etnologia Brasileira, se desculpe de tal maneira pela reprodução duma xilogravura quinhentista que mostra um índio de aspecto mais sonolento do que feroz. Em todo caso, êsse ato caracteriza a mentalidade com que, em meados do século XIX, certos membros da elite intelectual dêste país encaravam os índios, formando contraste com o indianismo de Gonçalves Dias e José de Alencar, sem ser, por isso, mais objetiva do que êste.
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ANONIMO
- Summario das armadas que se fizeram e guerras que se deram na conquista do rio Parahyba, escripto e feito por mandado do muito reverendo padre em Christo, o padre Christovão de Gouvêa, visitador da companhia de Jesus de toda a provincia do Brasil. Revista trimensal do Instituto Historico, Geographico e Ethnographico do Brasil, XXXVI, parte primeira, Rio de Janeiro 1873, pp.5-89.
Trata das guerras feitas pelos portuguêses aos "Pitiguares, que é o mor e mais guerreiro e prático gentio do Brasil, tanto que só os Pitiguares são muito mais que todo o gentio que ha do Paraiba a S. Vicente…" (pp.86-87). Êstes Tupi eram também chamados de Potigoar, Pitagoar, Potiguara e Potivares (cf. Métraux: La civilisation matérielle des tribus tupi-guarani, p.13).
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ANONIMO
- Direção com que interinamente se devem regular os indios das novas villas e lugares erectos nas aldeias da capitania de Pernambuco e suas annexas. Revista trimensal do Instituto Historico, Geographico e Ethnographico do Brazil, t. XLVI, parte I, Rio de Janeiro 1883, pp.121-171.
Material para o estudo do tratamento do índio pelas autoridades do Brasil de 1759.
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ANONIMO
- Vocabulario da lingua Bugre. Revista do Instituto Historico e Geographico do Brazil XV (1852), segunda edição, Rio de Janeiro 1888, pp.60-75.
Vocabulário alfabético português-kaingang que, segundo Loukotka (Línguas indígenas do Brasil, p. 150), é do dialeto central da família lingüística homônima.
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ANONIMO (MARONI, P.)
- Noticias autenticas del famoso Río Marañón y Mission apostólica de la Compañía de Jesús de la provincia de Quito en los dilatados bosques de dicho rio. Escribíalas por los años de 1738 un misionero de la misma Compañía y las publica ahora por primera vez Marcos Jimenez de la Espada. Boletín de la Sociedad Geográfica de Madrid, XXV, Madrid 1889, pp.47-101; XXXVI, 1889, pp.194-270, 397-430; 1890, pp.175-203, 383-454; XXIX, 1890, pp.73-119, 220-266; XXX, 1891, pp.111-161, 193-235, 381-405; XXXI, 1891, pp.22-77, 235-282; XXXII, 1892, pp.113-143; XXXIII, 1892, pp.24-79, 1 mapa fora do texto.
Obra importante para a Etnografia do vale do Amazonas daquela época.
Jimenez de la Espada (XXVI, p.197) supõe ser autor da obra o padre italiano Pablo Maroni.
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ANONIMO
- Anno de 1801. Noticia dos acontecimentos pela presente guerra nos Sete Povos de Missões e n'esta fronteira do Rio Grande de S. Pedro. Revista do Instituto Historico e Geographico do Brazil XVI (1853), Rio de Janeiro 1894, pp.329-353.
Menciona índios "minuanos".
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ANONIMO
- A Tribu selvagem do Pury em Campos. Transcrito do periódico "Religião", n.11, Rio de Janeiro 1848, para a Revista do Instituto Historico e Geographico de S. Paulo III, S. Paulo 1898, pp.287-291.
Alguns informes sôbre êsses índios da província do Rio de Janeiro.
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ANONIMO
- Memoria da nova navegação do rio Arinos. Revista do Instituto Historico e Geographico do Brazil XIX (Tomo VI da terceira serie) 1856, Rio de Janeiro 1898, pp.99-118.
Contém notícias dos Apiaká, Munduruku, Arupá e "Maynés".
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ANONIMO
- Roteiro do Maranhão a Goiaz pela capitania do Piauhi. Revista Trimensal do Instituto Historico e Geographico Brazileiro, LXII, parte I, Rio de Janeiro 1900, pp.60-161.
Contém referências a diversas tribos que, na segunda metade do século XVIII, habitavam as capitanias do Piauí e Maranhão.
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ANONIMO
- O Indyanach. Kalendarz Przyjaciel Rodziny Polskiej w Brazilli na rok 1914. Kurytyba 1913, pp.36-38.
Ligeiras notas para dar aos leitores dêsse calendário, isto é, aos colonos poloneses do sul do Brasil, uma idéia geral da antiga população das terras agora ocupadas por êles, isto é, dos Kaingang ou, como escreve o autor, dos "Bugre". Contém referências ao cacique Dobre.
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ANONIMO
- A Missão Salesiana em Matto-Grosso. Album Graphico do Estado de Matto-Grosso. Corumbá e Hamburgo 1914, pp.212-219, 22 figuras no texto.
Interessantes dados para o estudo da aculturação dos Bororo Orientais.
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ANONIMO
- Missão Rondon. Apontamentos sobre os trabalhos realizados pela Comissão de Linhas Telegraphicas Estrategicas de Matto-Grosso ao Amazonas sob a direcção do coronel de engenharia Candido Mariano da Silva Rondon, de 1907 a 1915. Publicados em artigos do Jornal do Comercio do Rio de Janeiro em 1915. Rio de Janeiro 1916. 463 pp. in-8.º, 46 pranchas no texto.
A parte intitulada "Populações indígenas encontradas nos sertões matto-grossenses; contactos e relações estabelecidas entre elas e a Comissão Rondon; hábitos e costumes indigenas" trata dos seguintes índios: Pareci (pp.260-281), Nambikuara (pp.285-329), Kepikiri-uat (pp.331-343), Tupi do Gi-Paraná (pp.345-352), Urumi (pp.353-354), Arikême (pp.355-363) e Barbados (Umutina) (pp.365-369). Além disso, contém dados acêrca de muitas outras tribos do Brasil. Os capítulos sôbre os Kepikiri-uat, Tupi do Gi-Paraná, Urumi, Arikême e Umutina foram transcritos em "Impressões da Comissão Rondon" de Botelho de Magalhães, 5.ª ed., pp.330-345. Êste autor declara (ib.p.345) ter colaborado em vários tópicos da "Missão Rondon".
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ANONIMO
- Copia der Newen Zeytung auss Presillg Landt. Facsímile da edição princips na História da Colonização Portuguesa do Brasil, II, Porto 1923, pp.365-368. - F. M. Esteves Pereira (ibidem, pp.365-372) que resume e comenta as observações dos principais autores que se têm ocupado da "Nova Gazeta da Terra do Brasil", escreve a respeito dêsse documento: "A primeira edição do impresso é um folheto de 4 folhas não numeradas, do formato de 4.º pequeno, sem lugar da impressão nem data… O folheto é anónimo; e parece ter sido impresso no primeiro quartel do século XVI". (p. 365).
Contém algumas referências a índios do Brasil.
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ANONIMO
- De algumas cousas mais notaveis do Brasil (Informação jesuítica de fins do seculo XVI). Revista do Instituto Historico e Geographico Brasileiro, t.94, vol. 148 (1923), Rio de Janeiro 1927, pp.367-421. Anteriormente impresso no Archivo Bibliographico da Bibliotheca da Universidade de Coimbra, volume IV, Coimbra 1904.
Contém alguns numerosos dados acêrca da história e cultura dos índios do Brasil quinhentista.
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ANÔNIMO (BRANDÃO, Ambrósio Fernandes)
- Dialogos das Grandezas do Brasil. Pela primeira vez tirados em livro com introducção de Capistrano de Abreu e notas de Rodolpho Garcia. Publicações da Academia Brazileira. Rio de Janeiro, 1930. 315 p. in-8º, figuras nas pp. 47 e 49. Índice alfabético. — A segunda edição, corrigida e aumentada, com numerosas notas de Rodolfo Garcia e introdução de Jaime Cortesão, Coleção Clássicos e Contemporâneos, XIV, Rio de Janeiro, 1943, 318 pp. in-8º, apresenta no frontispício o nome do autor.
Segundo Capistrano de Abreu (p.8), data de 1618 a composição do livro. As notícias sôbre os índios (pp.264-289) tratam, principalmente, dos Tupi da costa, havendo, nas páginas 288-289, referências aos chamados "Tapuias". Os dados etnográficos são, em geral, insignificantes, repetindo, mais ou menos vagamente, autores do século XVI.
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ANÔNIMO
- Indianermission. Santo Antonio, Provinzzeitschrift der Franziskaner in Nordbrasilien, 9. Jahrgang, N. 2, Bahia, 1931, pp. 111-118.
Trata das atividades dos missionários franciscanos entre os Munduruku do rio Cururu, afluente do Tapajós.
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ANÔNIMO
- Die Mission “São Francisco do Cururu”. Santo Antonio, Provinzzeitschrift der Franziskaner in Nordbrasilien, 14. Jahrgang, N. 2, Bahia, 1936, pp. 148-151.
Ligeiras notas com indicações bibliográficas sôbre os Munduruku e a missão franciscana entre êles.
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