190 línguas indígenas podem desaparecer no Brasil
BandNews, 27/fev/2009. "Quase duzentas línguas indígenas podem desaparecer no Brasil nos próximos anos, segundo a Unesco. A principal causa é o contato das tribos com a vida nas cidades, principalmente na Amazônia." Entre os entrevistados está a lingüista Ana Carla Bruno (INPA). A matéria menciona o Sateré-Mawé, o Carapanã e o Baniwa.
Acredite: Um terço das línguas está sumindo
Revista IstoÉ, edição 2052, 11/mar/2009. "Levantamento da Unesco faz um raio X do problema no mundo. Globalização e morte dos últimos falantes explicam por que os idiomas desaparecem."
An Amazon Culture Withers as Food Dries Up
The New York Times, 24/jul/2009. "[…] Deforestation and, some scientists contend, global climate change are making the Amazon region drier and hotter, decimating fish stocks in this area and imperiling the Kamayurá’s very existence. Like other small indigenous cultures around the world with little money or capacity to move, they are struggling to adapt to the changes. […]"
Após trabalho com índios no Amazonas, missionário evangélico vira cientista ateu
Folha Online, 1/fev/2009. "O americano Daniel Everett, 55, negou Deus por duas vezes. Primeiro o Deus literal, cristão, cuja inexistência declarou depois de conviver por décadas com os índios pirahãs, do Amazonas, com o propósito inicial — frustrado — de traduzir a Bíblia para a sua língua. Depois, o deus dos intelectuais, Noam Chomsky, cuja Gramática Universal, a mais ilustre de todas as teorias linguísticas, passou a ser questionada por Everett justamente por causa de peculiaridades do idioma pirahã."
Brasil é 3º país com maior número de línguas em risco de extinção
BBC Brasil, 19/fev/2009. "O Brasil é o terceiro país do mundo com o maior número de línguas ameaçadas de extinção, segundo a nova edição do Atlas Interativo de Línguas em Perigo no Mundo, apresentado nesta quinta-feira na sede da Unesco, em Paris. O Atlas, acessível a partir desta quinta-feira no site da Unesco, reúne 2,5 mil línguas ameaçadas no mundo, que podem desaparecer até o final deste século."
Cafés Literários têm participação de autores indígenas e não indígenas
ExpressoMT (Lucas do Rio Verde, MT), 3/out/2009. Públicos diferenciados são foco dos Cafés Literários durante a realização da Feira do Livro Indígena de Mato Grosso (FLIMT).
"As três mesas de debate abordarão temas específicos ligados à ilustração, línguas indígenas e literatura regional. Segundo a organização da FLIMT, a diferença entre os “Cafés Literários” e os “Caxiris Literários”, que também fazem parte da programação da Feira, é que os cafés têm a presença tanto de autores, professores e pesquisadores indígenas, como também não indígenas. Todos os Cafés serão no Pavilhão da República, na estrutura da Feira. O primeiro será às 09h da quarta-feira (07.10), discutindo o tema “A literatura e a Ilustração infanto-juvenil na sala de aula: caminhos possíveis”. Para a mesa estão convidados Jô Oliveira, Maurício Negro, Heloisa Prieto, Severiá Idioriê e Anna Claudia Ramos, todos mediados pela escritora Yasmin Nadaf. O próximo debate será na sexta-feira (09.10), às 09h, com a palestrante Áurea Cavalcante. “As Línguas Indígenas em Mato Grosso: situações de contato e diversidade” será o assunto abordado e está aberto à participação do público visitante. Já o terceiro e ultimo Café Literário tem foco no regional. A mesa agendada para o sábado (10.10), às 14h30, contará com a participação de autores regionais debatendo “Os Caminhos para a literatura em Mato Grosso”. A mesa também a participação e mediação da escritora Yasmin Nadaf."
Does Language Shape What We Think?
By Joshua Hartshorne (Scientific American, August 18, 2009). "In a paper published in 2008, MIT cognitive neuroscientist Michael Frank and colleagues demonstrated that Pirahã, a language spoken by a small Amazonian community, has no number words at all. The research team simply asked Pirahã speakers to count different numbers of batteries, nuts and other common objects. […] The lack of number words had a profound and surprising effect on what the Pirahã could do."
Dying languages archived for future generations
Telegraph (Londres), 24/ago/2009. A Cambridge University project to safeguard the world's 6,000 spoken languages has been launched after it emerged half could die out within a generation.
"The World Oral Literature Project aims to help cultures under threat from globalisation create lasting records of their native languages. Still in its inaugural year, the project led by Cambridge University's Museum of Archaeology and Anthropology, has already handed out around 10 grants to tribes from Mongolia to Nigeria - and the researchers admitted traditional British languages such as Cornish and Gaelic are also at risk."
Endangered Languages
Soundings (revista da MIT School of Humanities, Arts, and Social Sciences). Spring, 2009. "Half the planet’s 6,000 spoken languages are now in danger of extinction. Why do we care so much about languages most of humanity will never hear?" [A matéria menciona o trabalho de Andrés Salanova com o Mebengokre.]
Indígena pesquisa língua ameaçada de extinção
É a primeira vez que o Baniwa é analisada por nativo. Mestre em Lingüística conclui a pesquisa pela UnB.
Fabiana Vasconcelos (Secretaria de Comunicação da UnB), 4/mar/2009. "O português é o idioma oficial do Brasil, mas 190 outras línguas faladas pelos indígenas em todo o território nacional fazem do País um dos mais poliglotas do mundo. Muitas dessas línguas correm risco de desaparecer nas próximas décadas. Uma delas, o Baniwa, falada no alto Rio Negro, na Amazônia, por cerca de 4 mil pessoas, é protagonista de um esforço inédito de preservação. Pela primeira vez um indígena, o aluno da Universidade de Brasília Edilson Martins Melgueiro, organizou um registro escrito dessa linguagem."
La lengua nativa es válida como negocio cultural
Última Hora (Asunción), 12/mar/2009. "Mario Bogado residía en Alemania, donde enseñaba español, guaraní e inglés en una universidad. Los constantes pedidos de textos en guaraní, o libros que trataran de la lengua indígena, lo sumían en una preocupación silenciosa, ya que no existía un lugar para realizar esos pedidos. […] Al dejar el país europeo después de vivir cinco años en él, volvió a Paraguay con una clara misión: crear un sitio en la web para vender esos productos en base a la lengua nativa."
Línguas indígenas. Uma riqueza que não pode desaparecer
Entrevista especial com Dennis Albert Moore.
Instituto Humanitas/Unisinos, 15/ago/2009. "[…] o linguista estadunidense que vive no Pará, Dennis Albert Moore, em entrevista à IHU On-Line, aponta questões muito importantes que estão levando algumas línguas tradicionais ao fim. A principal delas, segundo ele, é a falta de linguistas no país, principalmente nos estados onde a presença dos povos indígenas é maior. “Por exemplo, o estado do Amazonas tem cinquenta línguas indígenas e somente dois linguistas com doutorado. É óbvio que duas pessoas com tantas responsabilidades acumuladas não têm condições de cuidar de cinquenta línguas. O grande problema, principalmente na Amazônia, é que há poucas pessoas treinadas e a infra-estrutura é mínima”, concluiu Dennis."
Nasce uma língua
Revista Nova Escola, edição 221 (abril/2009). "Os índios paiteres-suruís são um grupo nômade, com aldeias em Mato Grosso e Rondônia. Escolarizados, os mais jovens e os líderes da comunidade aprendem a falar e escrever em português. Mas, entre si, continuam se comunicando na língua de seus antepassados, o paiter. Como na maioria dos povos indígenas, não havia até 2006, entre essa etnia, escrita que representasse o que se fala. A história e a cultura do povo eram transmitidas apenas oralmente. Porém, com a mobilização da comunidade, de associações indígenas, de especialistas da Universidade de Brasília (UnB) e da Fundação Nacional do Índio (Funai), o paiter ganhou um alfabeto e regras gramaticais. Nasceu uma língua. Um dos palcos desse processo foi uma sala de aula. Seu protagonista, um professor indígena."
Preserving Languages Is About More Than Words
The Washington Post, 16/mar/2009. "[…] Preservation proponents say there are cultural and pragmatic reasons to save dying languages. Many indigenous communities have in their native tongues vast repositories of knowledge about medicinal herbs, information that could provide clues to modern cures. The Kallawaya people in South America have passed on a secret language from father to son for more than 400 years, including the names and uses of medicinal plants. It is now spoken by fewer than 100 people. Preserving languages is also key to the field of linguistics, which could offer a window into the workings of the brain. […]"
Região no interior do Amazonas guarda 19 línguas indígenas
Globo Amazônia, com informações do Jornal Hoje, 10/08/09. "Em um cantinho da Amazônia brasileira, próximo à divisa com a Colômbia, 19 línguas indígenas dividem espaço com o português. A região, conhecida como Cabeça do Cachorro, fica no noroeste do Amazonas e tem 23 povos diferentes. […] São Gabriel da Cachoeira, a maior cidade da região, tem quatro línguas oficiais. É o único município quadrilíngue do Brasil. Entre os idiomas do lugar está o nhengatu. Baseado na língua dos tupinambás, foi inventado pelos jesuítas do século XVIII para evangelizar os índios. Os outros três idiomas são tukano, baniwa e o português – a língua usada para se comunicar com forasteiros."
Revitalização de línguas nativas
Agência FAPESP, 16/jul.2009. "Das cerca de 180 línguas nativas atualmente em uso no Brasil –- aquelas empregadas tradicionalmente por povos indígenas antes do contato com os não-indígenas –-, pelo menos 21% estão seriamente ameaçadas de desaparecer em curto prazo, devido ao número reduzido de falantes e à baixa taxa de transmissão para novas gerações, segundo pesquisadores. Um caminho para tentar reverter esse quadro seria a formulação e aplicação de uma Política Linguística e Científica. Essa foi uma das principais conclusões da mesa-redonda “Línguas Nativas da Região Norte: perspectivas para a sua documentação, manutenção e pesquisa”, realizada na 61ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Manaus."
Student documents rare Amazonian language
The Daily Utah Chronicle, 6/fev/2009. "Carolina Aragon has spent months in the Amazon Rainforest trying to preserve a language that is nearly extinct. Aragon, a first-year graduate student at the U, came to Utah from Brazil to study linguistics six months ago. She first began studying indigenous languages at the University of Brazil in the lab coordinated by Aryon Rodrigues, a linguistics professor."
Tristeza Índia
Rolling Stone (Brasil), edição 39 (dez/2009). Por Felipe Milanez. "[…] Alemão levantou-se antes de o sol nascer e vestiu uma bermuda velha. Deixou de lado a camisa e preferiu pôr os pés direto no chão. Por volta das 6h, foi até a maloca ver como estava a índia. Algayer, descendente de migrantes alemães do Sul do Brasil, estava mais branco do que de costume. Transpirava mais e parecia bem mais magro. Inquieto, não sabia como agir. Imaginava ter feito o possível ao longo de uma semana terrivelmente infinita. Sentia-se impotente, indignado consigo mesmo. Imaginava que coisas tristes aconteceriam e ele não teria como impedir. Restava apenas acompanhar os últimos instantes de vida de Ururu. […]"