Línguas indígenas na mídia > 2004

A máquina que falava (Cena Mágica, Fantástico)
Fantástico (Rede Globo), 10/out/2004. "O quadro Cena Mágica mostra curiosidades das filmagens de clássicos do cinema brasileiro. Confira em vídeo a história da índia que começou a "conversar" com o gravador." Trata-se de trecho (gravado em Bauru, SP, em 1978) do documentário Terra dos Índios, do cineasta Zelito Viana (1979), em que a índia Maria Rosa — identificada no documentário como a última remanescente Ofayé — parece travar um "diálogo" com sua própria voz registrada por um gravador. O documentário se engana: de acordo com o historiador Carlos Alberto dos Santos Dutra, em artigo de 2004, Maria Rosa (falecida em 1988, aos 122 anos de idade) seria uma sobrevivente da tribo Otí (esta, de fato, agora extinta). Mesmo se fosse Ofayé, não seria a última remanescente da tribo (cujos membros, tendo conseguido sobreviver a duras penas, vivem hoje em uma reserva no município de Brasilândia, MS).

Como viviam os primeiros brasileiros
Ciência Hoje (edição 211, dez/2004). "A representação de como teriam vivido os primeiros habitantes do cerrado brasileiro, quinhentas gerações atrás, ainda costuma ser marcada por modelos desenvolvidos em áreas frias da América do Norte e da Europa. Pesquisas arqueológicas em desenvolvimento nas áreas tropicais do Brasil vêm, lentamente, esboçando um panorama diferente, que procuramos apresentar neste artigo."

Escola de índio, professor índio
Revista Nova Escola, abr/2004. "Depois de séculos nas mãos dos "brancos", a educação indígena agora está sob o comando das aldeias. E a cultura local não se perderá mais na sala de aula." A matéria inclui entrevistas com professores Kadiwéu, Tapirapé e Kinikinawa.

For want of a word
New Scientist, 31/jan/2004. Entrevista com Alexandra Aikhenvald (La Trobe University, Austrália). "Imagine how different politics would be if debates were conducted in Tariana, an Amazonian language in which it is a grammatical error to report something without saying how you found it out - as Alexandra Aikhenvald tells us its speakers tell her. Tariana is in danger of dying. With each such disappearance we risk losing insights into different ways of thinking. Aikhenvald told Adrian Barnett about the race to record languages."

Línguas indígenas: riqueza da nação brasileira
Senatus (Senado Federal, Brasília), v. 3, n. 1, 54-59, abr/2004. "[…] Para surpresa daqueles que pensam que o Brasil é um país monolíngüe, a realidade é outra: há cerca de 180 línguas indígenas. E, de acordo com o lingüista Aryon Rodrigues, antes da chegada dos portugueses ao Brasil, existiam 1.200 línguas indígenas faladas de norte a sul do país. Em média, mais de duas línguas desaparecem por ano, desde a colonização. A péssima notícia é que o extermínio continua." Entre os entrevistados estão os lingüistas Aryon Rodrigues, Ana Suelly Cabral, Lucivaldo Costa e Marina Magalhães, membros do Laboratório de Línguas Indígenas da UnB. Entre as línguas mencionadas estão o Kaapor, o Xikrin, o Xipaya e o Kuruaya.

Lost Languages
BBC Radio4 (7/fev/2004). "With half the world’s languages threatened over the next century what experiences and memories will disappear with them?" Entre os entrevistados, o lingüista Daniel Everett (Pirahã).

Pesquisas tentam resgatar línguas indígenas
Beira do Rio (Informativo da UFPA, Edição 22, jun/2004). Destaca o trabalho dos pesquisadores da UFPA Sidney Facundes, Carmen Rodrigues, Marília Ferreira, Leopoldina Araújo, Alzerinda Braga e Risoleta Julião.

Projeto tenta salvar língua brasileira
BBC Brasil, 25/Mar/2004. "O Trumai, uma das cerca de 180 línguas vivas faladas no Brasil além do português, corre o risco de desaparecer. Hoje em dia, existem menos de cem pessoas falando a língua. Para evitar que o Trumai e outras línguas desapareçam, foi inaugurado nesta semana o Projeto Acadêmico de Línguas Ameaçadas, na Escola de Estudos Orientais e Africanos da Universidade de Londres." [Entre os entrevistados, a lingüista Raquel Guirardello-Damian]

Redescobrindo o novo mundo
Pesquisa Fapesp (edição 107, jan/04). "Dez ossadas da Pré-história brasileira sugerem que os primeiros habitantes das Américas não eram mongolóides."

Say No More
By Jack Hitt, The New York Times, 29/Feb/2004. "Languages die the way many people do — at home, in silence, attended by loved ones straining to make idle conversation. […] Chile started a modest program, not long after the ugly debates surrounding Christopher Columbus in 1992, to save Kawesqar (Ka-WES-kar) and Yaghan, the last two native languages of southern Chile. But how does one salvage an ailing language when the economic advantages of, say, Spanish are all around you? And is it possible to step inside a dying language to learn whether it can be saved and, more rudely, whether it should be?" Entre os entrevistados, o lingüista Óscar Aguilera

Telling the Truth in Tariana
Lingua Franca (ABC Radio National, Austrália), 13/mar/2004. "For more than ten years, linguist Alexandra Aikhenvald has been studying endangered languages of the Amazon. In particular she's involved in saving one called Tariana, a language currently spoken by about one hundred people in north-west Brazil. In Tariana it is grammatically incorrect to make a statement without saying how you know it is true. Aikhenvald believes that efforts to reclaim 'obscure' and 'exotic' languages like Tariana are important. First, for the tradition and lore they contain, but also for what we can learn from them about different ways of expressing ideas and perceiving the world."

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