TEMPOS DO VERBO113. O verbo tupi não conhece a noção de tempo: exprime apenas um processo ou ação (ou uma equação, se o verbo é predicativo). Na sua forma geral, o indicativo aplica-se a qualquer tempo. É mais comum traduzir pelo passado. O nosso presente gramatical supõe sempre algo de passado. O futuro, como em nossa linguagem familiar (“eu vou e trago-o”), pode ser expresso pela forma geral. Quando o futuro implica resolução ou desejo de quem fala, confunde-se com o modo deliberativo ou permissivo. É usada também a partícula -ne, quando há uma expectativa de quem fala: FUTUROPRIMEIRA CONJUGAÇÃO
SEGUNDA CONJUGAÇÃO
i marangatu-ne: êle será bom; emonã-ne: será assim; xe r-osang-ne: serei paciente; ixé-ne: serei eu Alguns autores costumam registrar o i eufônico (n. 20) entre o tema terminado em consoante e a partícula -ne: xe maenduar-i-ne. A partícula -ne ocupa sempre o fim do período: kori ere-ikó xe r-oryp-á'-pe xe pyr-i-ne (Ar. 91): hoje estarás junto de mim no meu lugar de felicidade Não há outros tempos. Em vez da categoria de “tempo”, desenvolveu-se mais em tupi a de “aspecto”, que exprime as modalidades do processo verbal, e não o momento em que se verifica o processo (v. n. 1021). |
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