kunhã (para sêres humanos), s-akûãî-bae e kunhã (para animais):
membyra: filho, filha (de mulher); xe membyr' apŷaba: meu filho; xe memby' kunhã: minha filha As línguas dos povos pastôres e criadores costumam dispor, quando não de masculino e feminino, de nomes diferentes para cada sexo, naquelas espécies em que o macho apresenta utilidade diversa da fêmea. Assim, boi, vaca; cavalo, égua; galo, galinha, etc. Chega a haver nome especial para o filhote, e até para as suas várias idades, quando têm utilidade específica: bezerro, tourinho, bezerra, novilha, pinto, frango, leitão, marrão, etc. Os tupis não eram criadores, e as poucas espécies animais que domesticavam (patos, pombos, papagaios, canindés, macacos) não ofereciam interêsse diverso segundo o sexo ou idade. Não houve, pois, diferenciação lingüística. Os torneios gûaká apŷaba ou gûaká kunhã, tanto quanto em português “gaivota macho” ou “gaivota fêmea”, não implicam gênero gramatical; exprimem o sexo real por meio de adjetivo ou apôsto, como poderiam exprimir uma qualidade: “gaivota gorda”, “gaivota magra”, “boi preto”, “boi branco”. Só se devem usar êsses circunlóquios quando há necessidade de precisar o sexo. — Esporàdicamente tinham nomes diferentes macho e fêmea, quando pela forma, tamanho ou côr aparentavam diversidade de espécies: usá (macho), kunduru (fêmea). 43. Alguns nomes de parentesco diferem segundo o sexo da pessoa a que se referem: “filho”, com referência ao pai, é t-ayra; com referência à mãe, é membyra; para o homem, “sogro” é t-atuuba, “sogra” é t-aîxó; para a mulher, respectivamente: menduba e mendy. Leva-se em conta ainda o sexo do parente intermediário: “tio”, irmão do pai, é o mesmo que “pai”: (t)uba; “tio”, irmão da mãe, já é tutyra. Aliás tôda a nomenclatura do parentesco obedece, em tupi, a um esquema diverso do nosso. |
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