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sim. Êle não exige que se vá à selva estudar uma língua morta; pelo contrário, porque a sabe morta, pede que se dê atenção também às vivas… Talvez um lingüista americano não alcance o que significa o tupi antigo para os estudos históricos, filológicos e etimológicos brasilianos, pois nada de semelhante se deu com as línguas norte-americanas. Entretanto, seguindo a mesma linha de pensamento, um americanista europeu, que não tem oportunidade de vir à América, poderia lamentar que os lingüistas do Novo Mundo não consagrem ao trabalho de campo todo o tempo que dedicam ao latim… ou à crítica. Surpreende, porém, que um renomado etimologista brasileiro, que há anos vem prometendo um dicionário etimológico de brasileirismos, lamente a falta de estudos dos dialetos vivos, que pouca ou nenhuma atuação tiveram na língua do Brasil, e por essa falta explique as deficiências de seu dicionário.

Não há o que opor ao alvitre de mandar estudiosos para o… asfalto americano, a estudar com os "discípulos de BOAS"1 — muito embora não nos conste que para estudar línguas de "selvagens" haja algum método diferente do das outras línguas vivas. Mas quem conheça por dentro as obras dos discípulos de BOAS sabe que nem tôdas foram preparadas no mato e que algumas foram redigidas com índios residentes na cídade. Tanto mais que para esclarecer as dúvidas etimológicas de NASCENTES de nada serve estudar os dialetos atuais dos Tapirapés ou dos Tembés, nem o guarani platino ou o nheengatu amazônico. O que importa é conhecer o tupi antigo, língua que subsiste apenas na documentação histórica. A vida inteira entre os Apiacás ou entre os Parintintins, com cobras e lagartos, não explicaria uma letra das palavras Niterói, Macaé, Bertioga, Araruama, nem de tacape, carioca, inúbia, pindaíba ou peró.

Diante de tudo isso, fica-se a imaginar o que poderá ser o Dicionário Etimológico de Brasileirismos que NASCENTES vem

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