Biblioteca Digital Curt Nimuendajú

Coleção Nicolai

Uma das grandes riquezas brasileiras é o seu patrimônio linguístico e sua diversidade étnica. Apesar de sua aparente homogeneidade linguística, o Brasil é o 8° país no mundo em número de idiomas falados em seu território. Além da língua portuguesa, que é extremamente majoritária, são aprendidas como línguas maternas cerca de 200 linguas, sendo que cerca de 180 são línguas indígenas, algumas faladas por grupos minoritários de um pouco mais de 200 pessoas. Na região Norte, no estado do Amazonas, concentra-se o maior percentual de línguas indígenas. O estudo dessas línguas é de grande interesse para a Linguística, uma vez que ainda é uma área pouco conhecida do mundo quanto às suas particularidades linguísticas.

Este livro traz uma contribuição ao (re)conhecimento dessas línguas faladas no Amazonas. Os autores apresentam um estudo sobre o Dâw, língua da família Maku, falada por um pequeno grupo de um pouco mais de 100 pessoas, que vivem na região do Alto Rio Negro, Noroeste do estado, próximo ao município de São Gabriel da Cachoeira. Dois aspectos que particularizam essa língua são tratados: o tom e os processos de nativização de empréstimos. Similarmente ao chinês e línguas banto, Dâw, com palavras na maioria monossilábicas, emprega o tom para diferenciar uma unidade lexical de outra. Convivendo há mais de um século com falantes da língua portuguesa e sendo bilíngues no idioma pátrio, os Dâw também integram à língua étnica muitas palavras do português. Os processos fonológicos de nativização dessas palavras são apresentados e discutidos nesta obra.

Os autores, Silvana Andrade Martins e Valteir Martins, têm se dedicado aos estudos da língua e da cultura Dâw desde 1984, convivendo com este povo por cerca de quinze anos.

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