Biblioteca Digital Curt Nimuendajú

Coleção Nicolai

"Omar Landi é sertanista e, como tal, já viveu uns doze anos de sua vida no meio dos índios, ou do que resta deles, por esse Brasil afora. Edmilson Siqueira é jornalista desde 77 e, como tal, já perambulou por várias redações do interior de São Paulo. Como são amigos há muito tempo, Omar resolveu contar, oficialmente, as histórias que viveu em suas andanças pelas selvas brasileiras, antes só contadas em conversas que varavam noites de verão em Campinas. O resultado, se é que se pode tirar uma média, é mais trágico que cômico, é mais triste que alegre. Mas é, sobretudo, verdadeiro.

O que acontece com um índio quando descobre que pode trocar um pedaço de papel onde ele rabisca seu nome (nome dado pelo branco) por mercadorias? Como será que os pajés explicarão à tribo a fantástica visão de um helicóptero voando sobre suas malocas? O que faz uma tribo quando encontra alguns milhões de dólares escondidos no meio do mato? Como vive uma criança índia, única sobrevivente de um surto de gripe? Como é que pode existir uma "expedição" de contato da Funai, composta por uma única pessoa, quando no mínimo são necessárias 80? Você já imaginou um grupo de índios da Amazônia conversando animadamente com um grupo de norte-americanos numa mansão em Brasília e se entendendo em castelhano? Ou um sargento do Exército, acostumado a reprimir estudantes no Sul, enfrentando a população de uma cidade na divisa do Brasil com a Colômbia? Uma guerra entre tribos? Um massacre realizado por gente da Funai?

As respostas a essas perguntas estão todas nessas histórias que Omar Landi viveu e que Edmilson Siqueira escreveu a partir de seus relatos. O que sobra delas é um alerta: a situação do índio no Brasil, apesar da Nova República, é trágica e precisa ser encarada com disposição e urgência. Antes que os organismos destinados a sua preservação precisem ser extintos por falta do que fazer." [Da contracapa]

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