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WIESEMANN, Ursula

Ao estudar a organização em metades exógamas patrilineares dêsses índios (cf. Baldus: Das Dualsystem der Kaingang-Indianer, B. C. 1827) surgiu o problema dos casamentos com indivíduos não nascidos na tribo e da eventual classificação destes segundo a ordem matrimonial. Seriam os filhos de pai não kaingang com índia kaingang incorporados naquele sistema e como? Não tendo tido eu pessoalmente ensejo de resolver a questão, pedi à autora do presente artigo, membro do Summer Institute of Linguistics e muito familiarizada com os Kaingang e seu idioma, a tratar do assunto. Colheu ela dados a respeito nos Postos Indígenas Interventor Manuel Ribas (E. do Paraná) e Guarita (E. do Rio Grande do Sul). Encontrou três casos em que os filhos de tais matrimônios pertencem à metade oposta à da mãe e três casos em que os filhos de pai kaingang com mulher não kaingang pertencem à metade do pai. Num casal sem filhos, o marido guarani pertencia à metade oposta à de sua mulher kaingang. A autora chega à seguinte conclusão: "A non-Kaingáng married to a Kaingáng is usually classed according to the moiety he would belong to under ideal circumstances (the opposite of his marriage partner's), and the children belong to the moiety their father belongs to if he is a Kaingáng Indian or would have belonged to under ideal circumstances if he is a non-Kaingáng." (p. 317).

(p. 722-723)

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