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OBERG, Kalervo [1901-]
  • Indian Tribes of Northern Mato Grosso, Brazil. With Appendix: Anthropometry of the Umotina, Nambicuara, and Iranxe, with Comparative Data from other Northern Mato Grosso Tribes by Marshall T. Newman. Smithsonian Institution, Institute of Social Anthropology, Publication No. 15, Washington 1953, viii, 144 pp. in-16° gr., 2 figuras e 3 mapas no texto, 10 pranchas fora do texto, índice alfabético de matérias. Bibliografia.

O autor pertence à classe de etnólogos que sempre escrevem bem e que freqüentemente observam bem, mas que quando pensam que pensam bem, não se esforçam especialmente para inspirar-nos confiança.
Em 1948 passou dois meses e meio no Culuene. Dá boa descrição da cultura dos Kamaiurá, sendo particularmente valiosas as observações sôbre atividades econômicas (pp. 1-68). Reproduz (pp. 69-81) os dados que colheu em junho de 1947 entre os Bakairí dos rio Paranatinga e publicou em 1948 no Southwestern Journal of Anthropology (cf. B. C., 1137). Apresenta interessante material dos Nambikuara obtido em julho de 1949 no vila de Utiariti (pp. 82-105 e 124-126). Suas poucas notas sôbre os Umutina ("Umotina") (pp. 106-111) com quem estêve em contacto no Pôsto Indígena "Fraternidade" situado perto da Barra do Bugre, nos anos de 1947 e 1949, foram criticadas por H. Schultz.
Lamentàvelmente, nem sempre é possível distinguir entre as observações diretas do autor, as suas próprias interpretações e as informações que recebeu de outros.
Em diagramas (pp. 112-123), coordena a nomenclatura de parentesco dos Kamaiurá, Auetí, Bakairí, Kalapálo, Kuikúru, Waurá, Iwalapetí, Paressí, Trumaí, Guató, Boróro, Umutina, Nambikuara e Iranxe, portanto de 14 tribos, fato estranhável se considerarmos que o autor teve só contactos muito ligeiros com a maior parte das mencionadas tribos, chamando êle mesmo a atenção para as dificuldades que tiveram em entender-se. Assim, por exemplo, escreve: "The language difficulty, which we encountered throughout our stay, prevented us from gathering much information. We were, however, able to get the kinship terminology…" (p. 11). Todo pesquisador de campo com alguma experiência sabe que uma das tarefas mais árduas é obter, entre os índios do Brasil, a terminologia de parentesco. Entre os Kaingang, por exemplo, apesar de ter podido fazer-me entender bem por êles em português, foi só depois de muito trabalho com numerosos informantes e observações em diversos grupos locais que cheguei à convicção de ter compreendido razoàvelmente a nomenclatura.
Digno de nota é o estudo de Newman baseado em material antropométrico reunido por Kaoro Onaga entre os Umutina, Nambikuara e Iranxe.
Cf. os comentários de Herbert Baldus em Sociologus, N. S., IV, Berlin 1954, p. 182; de Harald Schultz na Revista do Museu Paulista, N. S., X, São Paulo 1956/58, pp.314-319; de L.A. Fajnberg em Sovietskaya Etnográfiya, Moskva 1956, n. 2, pp. 170-172, e de Karl H. Roth-Lutra na Zeitschrift für Ethnologie, LXXXV, Braunschweig 1960, pp. 169-171.

(p. 513-515)

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