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LIPS, Eva
  • Das Indianerbuch. Leipzig 1956. 443 pp. in-8°, 16 figuras e 5 mapas no texto, 59 figuras em pranchas e 1 mapa fora do texto. Bibliografia.

Êste livro de divulgação pretende mostrar como os índios são na realidade e suscitar um sentimento de simpatia para com êles. Trata, na primeira parte, da sua procedência, das possibilidades de sua classificação e das noções e opiniões errôneas a seu respeito. A segunda parte, intitulada "Traum-Realismus", "Realismo do sonho", se ocupa com aspectos religiosos, sendo de interêsse especial para o pesquisador brasileiro, por não ter sido estudado, ainda, entre as tribos do Brasil, o conceito do "sagrado temporário", criado pela autora para designar o estado de santidade transitória de certos objetos e sêres entre índios norte-americanos (pp. 126 e seg.). A terceira parte frisa a importância da palavra entre os narradores e oradores indígenas bem como o respeito tributado aos vegetais e animais. A quarta parte trata do império incáico e a parte final, do futuro dos índios.
A fim de obter um máximo de argumentos para poder considerar as culturas americanas como um todo, a autora se serve de numerosas fontes. Isso, naturalmente, não torna menos problemático o método de comparar elementos separados de sua respectiva conexão cultural. Nem sempre a autora escapa ao perigo de generalizações injustificáveis. As melhores páginas de seu livro são as referentes à América do Norte em cuja etnografia a autora é especializada.
No que diz respeito à America do Sul, sua fonte principal foi o Handbook of South American Indians (B. C., 1698). Certos senões nas referências ao Brasil foram apontados no meu comentário publicado em Anhembi, n. 99, São Paulo 1959, pp. 579 a 582, e na Revista do Museu Paulista, N. S., XI, São Paulo 1959, pp. 296-298.
Apesar disso pode-se dizer que a autora atingiu, de modo geral, a sua finalidade de dar, de maneira atraente, ao grande público uma visão geral das culturas americanas.
Cf. também o comentário de Otto Zerries na Zeitschrift für Ethnologie, LXXXII, H. 2, Braunschweig 1957, pp. 300/301.

(p. 435-436)

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