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MÉTRAUX, A.

Baseado em numerosa literatura antiga e moderna, o autor estuda a distribuição geográfica das tribos da grande família lingüística Tupi e descreve os elementos de sua cultura material, indicando a difusão dêles entre essas tribos. Seguindo o exemplo dado por Nordenskiöld e utilizando-se, também, em parte, dos mapas organizados pelo etnólogo sueco, Métraux resume os resultados de suas pesquisas difusionistas em tabelas (pp.295-300), que o levam à seguinte conclusão: "Os Tupi-Guarani são uma raça cuja cultura se compõe de elementos que têm, na América do Sul, distribuição oriental e setentrional. Não tendo sido estabelecida, em tempos prehistóricos, nenhuma tribo tupi-guarani de importância, na margem esquerda do Amazonas, e tendo-se realizado tarde a ocupação da costa, precisamos colocar o centro da dispersão das tribos desta raça na área limitada ao norte pelo Amazonas, ao sul pelo Paraguai, a este pelo Tocantins e a oeste pelo Madeira". (p. 312). Em outro lugar (p. 303) o autor frisa, ainda, a falta de influência andina, afirmando: "…na sua totalidade, a civilização das tribos tupi-guarani não tem nenhum vestígio de uma influência procedida do oeste ou do noroeste."

O livro contém, além disso, mapas e tabelas mostrando a distribuição, na América do Sul, do tipití, do costume de colar penas na cabeça ou no corpo, do boné de penas, do manto de penas (técnica de filé), da tonsura, da deformação artificial da barriga da perna, e, por fim, do bastão de ritmo.

É o manual indispensável para o estudo dos Tupi e, por isso, uma das obras mais importantes da Etnologia Brasileira.

(p. 449-450)

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